Nesta semana vamos bater o triste recorde de 500 mil mortos no Brasil pela Covid-19 genocida.
Esse meio milhão de mortes certamente nos confunde e muitas vezes nos impedem de enxergar na multidão gente muita querida, próxima.
Foi o meu caso com a partida de Gloriete Treviso, brilhante Jornallsta, ex-repórter e ex-editora da TV Globo.
Ela morreu em 2 de abril, aos 67 anos, mas só fiquei sabendo hoje, quando o pai de seus dois filhos, outro grande Jornalista, Tonico Duarte, escreveu sobre a morte de Toninho Asa.
Tremi. Eu não sabia que Gloriete também tinha sido vítima dessa terrível doença, agravada pela insanidade de muitos que teimam em negá-la.
Fui muito amigo de Gloriente, mais que amigo: fã.
Da época de seu trabalho na Globo, impecável!
Do tempo em que dirigiu a Comunicação da Prefeitura de São Bernardo do Campo (gestão Maurício Soares/William Dib, até o final de 2002).
Aliás, fiquei extremamente honrado ao ser convidado pela dupla para substituí-la em outubro de 2002, quando ela deixou a Prefeitura para dedicar-se a outros projetos.
Ela foi para a Assembleia Legislativa de São Paulo, assessorar o então jovem deputado estadual Orlando Morando, hoje prefeito reeleito de São Bernardo.
E eu, que ousadia, me atrevi a sucedê-la num dos mais brilhantes trabalhos de assessoria de comunicação governamental já visto em todos os tempos.
Depois disso, acompanhei de perto sua trajetória como assessora de imprensa, prestando serviços a uma multinacional fabricante de tevês.
Deu show nessa missão, fazendo os diretores japoneses, portanto, rir mais do que de costume.
Gloriete era, e, acima de tudo, é fera.
Me valho cada dias mais dos seus ensinamentos. Das suas broncas sempre muito bem-vindas.
Gritos em New York
Por falar em seus gritos, no final de 2011 estávamos, eu e a Rosana, na BH, uma das maiores lojas de Photo e Vídeo do mundo, em New York, que eles ecoaram.
Na esquina da 9ª avenida com a 34, a gente pesquisava sobre filmadoras, microfones de lapela, luz, cases… e, de repente, um grito:
“Joaquimmmmmmm”.
Claro, era ela, Gloriete Treviso, com os filhos, também em busca de novidades.
Falamos rápido, poderíamos ter jantado juntos, mas ela e os meninos iriam embarcar de volta naquele noite. Pena.
Não me perdoo por só saber hoje (17.07), dois meses e meio depois, de sua partida tão precoce. além disso, evitável.
Isso, certamente, caso não tivéssemos tantos irresponsáveis no poder central.
Triste, mas não tão triste quanto saber de Gloriete e sua partida.
Nunca é tarde, porém, homenagear Gloriete!