Com um motoqueiro a cada seis habitantes, setor vive momento de prosperidade no Brasil e apresenta condições para estimular o segmento de veículos eletrificados
Hoje, dia 27 de julho, é comemorado o Dia do Motociclista e, ao observar os números do mercado, há cada vez mais gente entrando para o grupo que celebra a data sobre duas rodas.
Um levantamento da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) calcula que, atualmente, existem 36,9 milhões de pessoas possuem CNH (Carteira Nacional Habilitação) na categoria A, o que representa um aumento de 47,9% em dez anos. A proporção é de uma pessoa habilitada a pilotar motocicletas a cada seis habitantes no Brasil.
Além disso, de acordo com a Fenabrave (Fenabrave Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores), as vendas de motos aumentaram 16,1% em junho, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Fechando o semestre, no acumulado de 2023, foram quase 780 mil motos vendidas, um total superior aos carros de passeios, que somaram 733,4 unidades. O desempenho é creditado especialmente a expansão dos serviços de entrega (delivery) e a preferência dos consumidores por veículos não só mais baratos, como também mais econômicos.
“Nesse sentido, as motos elétricas têm uma vantagem ainda maior, já que a cada quilômetro rodado gastam-se cerca de R$ 10 em gasolina e apenas R$ 1 em energia elétrica. Sem contar que o custo de manutenção é muito menor que o de modelos a combustão”, afirma Billy Blaustein, COO da Vammo, startup que oferece serviço de assinatura e trocas de baterias para motos elétricas.
Por terem um valor de aquisição e locação mais baixo que dos carros, a tendência é que o número de novas motos elétricas cresça mais rápido que os veículos quatro rodas. Com cada vez mais unidades em trânsito, os motoqueiros também passam a ter um papel de vanguarda na cultura de descarbonização. Blaustein estima que, nos seis primeiros meses de operação, só os clientes da Vammo colaboraram para evitar a emissão de mais de 150 toneladas de gás carbônico na atmosfera de São Paulo. “Se quisermos descarbonizar o planeta, são frotas de países como o Brasil que tem uma das redes elétricas mais limpas do mundo, que devem ser eletrificadas. Isso porque, por aqui, cerca de 80% da matriz energética são fontes renováveis, como hídrica, solar e eólica, e faz muito sentido que essa energia limpa seja usada para eletrificar a frota, principalmente de motocicletas, no Brasil” , explica.