A Covid-19 não dá trégua. A cada dia nos leva um amigo, um Ser Indispensável. Agora, foi André Naveiro Russo.
Ele não morreu. Ele foi morto.
Conheci André Russo em 2003, quando fui trabalhar na Rádio Bandeirantes.
Eu já tinha 27 anos de profissão, mas sempre em jornais impressos, acima de tudo Diário do Grande ABC e Diário Popular.
Não entendia nada de rádio, mas ele era fera, apesar de ainda menino. Me ensinou muito, assim como André Luiz Costa, Luiz Nogueira e Rafael Colombo, entre outros.
Acompanhei seus dramas para lutar contra a balança, de modo a poder noticiar o trânsito do hellicóptero, pois com 100 quilos não podia voar.
Suas transmissões à beira da estrada, nos projetos Verão, Inverno… e pagando multa por ter de dirigir a viatura da emissora e, eventualmente, cometer infração.
Voluntário
André Russo brilhava no projeto Escola Voluntária, idealizado pelo brilhante Marcelo Parada, à época vice-presidente do Grupo Bandeirantes.
Depois que saí da Bandeirantes ainda fizemos coberturas juntos, notadamente na política, o que não o deixava muito confortável.
Lembro de uma cobertura no salão de bailes do Juventus, onde eu passara grandes Carnavais. Uma convenção do PDT, sábado cedo, e ele injuriado…
Mestre
Entre os jornalistas há um tratamento que até hoje não entendi, mas é um tal de um chamar o outro de Mestre que, com certeza, é mais por educação.
Porém, André Russo era Mestre. De fato e de direito. Professor da PUC, dava show nas aulas.
Volto no tempo e lembro de um jantar em uma casa árabe no Paraíso, ainda em 2003, entre os quais estava André Russo e o também saudoso José Paulo de Andrade.
Zé Paulo, outra vítima da Covid-19, dos negacionistas, dos irresponsáveis criminosos.
Atualmente, além das aulas na PUC, André Russo apresentava um jornal na Rádio Capital, das 6h às 7h, com Wagner Belmonte, seu grande amigo.
Nem sei com que idade André estava, mas deve ser por volta de 50 (não consegui apurar com os amigos ainda), mas tinha ar de menino. E muito a nos oferecer.
O grande jornalista Cláudio Junqueira, também da PUC, informa: André estava com exatos 50 anos.
Claudinho escreve mais: “Era nosso professor, do Departamento de Comunicação, desde 2017. E estava concluindo o Doutorado em Comunicação também na PUC-SP.”
E lembra: “Era idolatrado pelos alunos, que amavam suas aulas de Radiojornalismo. Um verdadeiro mestre no ofício e na arte de ensinar.”
E ainda tem “gente” que diz: “Salvamos milhões de vidas…” Mentira.
Deixamos de salvar milhares de vidas, de forma criminosa, para fazer política rasteira, reeleitoreira.
Até quando?