Resultado gerou guia prático denominado “Construindo a orientação parental na fonoaudiologia: Transtornos Motores da Fala”
Compreender como a orientação parental fonoaudiológica nos transtornos motores de fala acontece na prática foi o objetivo geral da pesquisa da fonoaudióloga Cristina Esteves, do Mestrado Profissional em Inovação no Ensino Superior em Saúde da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Para a realização de sua pesquisa, além da revisão teórica, a aluna ainda coletou dados por meio de um questionário aplicado a 95 participantes fonoaudiólogos brasileiros que trabalham com Transtornos dos Sons da Fala (TMF). O questionário foi elaborado na plataforma Google Forms TM; com questões objetivas, para investigar desde os dados demográficos, incluindo questões sobre a prática clínica fonoaudiológica e conhecimentos sobre os Transtornos Motores da Fala, até sobre quais os instrumentos utilizados para efetivar a orientação parental. A orientação da pesquisa ficou a cargo da Profa. Dra. Sandra Regina Mota Ortiz.
A pesquisa de Cristina registra que, de acordo com a definição da Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição – ASHA (American Speech-Language-Hearing Association), transtorno dos sons da fala (TSF) é um termo genérico relacionado a qualquer dificuldade ou combinação de dificuldades com a percepção, produção motora ou representação fonológica dos sons da fala. Ele pode se manifestar como substituições, omissões, inversões de fonemas na pronúncia, ou ainda como erros definidos por distorções na produção dos sons da fala, presentes em épocas posteriores à idade esperada para suas superações, e afeta em graus diversos a inteligibilidade do que se quer comunicar.
Cristina conta que foi observada durante sua trajetória profissional a necessidade de uma maior atenção às crianças com TMF. Essa problemática foi trazida ao Programa de Mestrado Profissional Inovação no Ensino Superior em Saúde e, desde então, foi dado início à confecção do questionário objetivo e construção do projeto de pesquisa. “Pensando que os fonoaudiólogos devem buscar atender, aperfeiçoar e ofertar aos seus pacientes um tratamento contemplando todos esses princípios, confirmamos que o envolvimento dos familiares na terapia de fala se faz necessário e complementar à atuação fonoaudiológica. Programas de intervenção envolvendo os cuidadores nos tratamentos de fala e linguagem têm demonstrado bons resultados na evolução das patologias de fala”, observa a pesquisadora.
A fonoaudióloga relata que a posição dos familiares é propícia para reforçar as habilidades aprendidas em terapia e proporcionar o aprendizado em ambiente natural, pois é possível que os mesmos assumam, através de treinamento e ensino parental, uma parcela da variabilidade da prática, além de garantir maior intensidade no tratamento. Para sua pesquisa de campo, Cristina conta que os fonoaudiólogos foram contatados pela própria pesquisadora de forma individual e/ou através do uso da função cópia oculta, a fim de preservar os contatos dos participantes. “Além disso, foram enviados convites com o link para o questionário em mais de dez grupos de profissionais da área de interesse de todo Brasil em plataformas como Facebook→,WhatsApp→e Instagram→, com um impacto superior a mais de oito mil participantes. Dos respondentes, 93 participantes eram do sexo feminino e dois do sexo masculino. As idades variaram entre 23 e 65 anos de idade”, conta Cristina.
Entre os resultados obtidos, a pesquisadora destaca que foi possível verificar que 97,9% dos profissionais que realizam o tratamento de TMF na infância utilizam a orientação parental. “Ficou evidente que a intervenção fonoaudiológica brasileira, representada neste estudo, têm utilizado os mesmos referenciais teóricos em TMF de autores internacionais. Foi possível observar, pelos resultados alcançados neste estudo, um impacto positivo no uso de estratégias adequadas para tratar os TMF em crianças, por parte dos profissionais brasileiros”, ressalta Cristina.
Ao final desta pesquisa, Cristina Esteves reuniu o material em um guia prático para a apresentação dos principais resultados à comunidade clínica e acadêmica. “A elaboração desse guia conta com embasamento teórico nas metodologias ativas de ensino em espaços não formais, com objetivo de ser uma ferramenta de utilização clínica e educacional por parte dos fonoaudiólogos. A partir deste foi elaborado um produto técnico em formato de guia prático, nomeado ‘Construindo a orientação parental na fonoaudiologia: Transtornos Motores da Fala’”, conta a ex-aluna do PPGES-USCS. A dissertação de Cristina Esteves pode ser acessada na íntegra no link: https://www.uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/818.
O Programa de Mestrado Profissional em Inovação no Ensino Superior em Saúde da USCS tem como objetivo proporcionar a formação de profissionais diferenciados, baseado em perfil de competência que contemple a produção de conhecimento aplicável nas instituições de nível superior e nos contextos de prática para a condução de intervenções de impacto social, sanitário e educacional no âmbito do Sistema Único de Saúde. Mais informações: https://uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/ppgs/mestrado-profissional-em-saude.
Campus Conceição da USCS, onde são oferecidos os cursos de pós-graduação stricto sensu da Universidade (Divulgação).
