Pai, avós, tios, colegas de trabalho, irmãos, vizinhos devem integrar o suporte a essa fase tão singular entre mãe e filhos: o aleitamento, que traz consigo os nutrientes ideais e que impactam à saúde das pessoas, ao longo da vida
Ginecologista e obstetra há mais de 40 anos, em Diadema, Dr. Ricardo Yoshio salienta a importância da amamentação neste período de conscientização.
Assim, destaca os dados da IBFAN (International Baby Food Action Network).
Eles indicam que a amamentação reduz até 13% a mortalidade aos com menos de 5 anos e por causas evitáveis.
Pesquisas ano a ano mostram que o leite materno diminui incidência de alergias, doenças respiratórias, otites, inflamações diversas às crianças.
Até mesmo diminui os riscos para obesidade ou diabetes tipo 2 e, de quebra, contribui ao desenvolvimento melhor do metabolismo, sistema nervoso e cognitivo de todo bebê que amamentado.
“É necessário realçarmos além dos benefícios, mas como podemos ampliar o tempo à amamentação, e sobre como isso faz toda diferença para todo meio onde a mãe e o bebê convivem”, aponta Dr. Ricardo Yoshio.
Para o médico, as pessoas mais próximas às mães em lactação e por todo período à amamentação são (ou devem ser) corresponsáveis para que mãe e filho tenham essa fase garantida.
“Vejo no consultório que, de uns 20 ou 15 anos para cá, cada mãe traz consigo um turbilhão de preocupações, como custear a criança, logo após o parto, onde e como dar a luz ao bebê, o processo de insegurança ao parto, como dividir a jornada dupla ou tripla e tudo isso assoberba. Impacta psicologicamente e pode afetar produção de leite, ou seja, trazendo mais uma tensão a ela”, frisa.
Seis meses
Especialistas apontam que a amamentação precisa ocorrer por, pelo menos, seis meses, como forma de transferir ao bebê nutrientes, minerais e vitaminas de toda ordem, fundamentais à evolução do organismo. Dr. Ricardo Yoshio alerta: “Temos visto períodos bem menores à amamentação, ora pela produção de leite ter diminuído antes do previsto, ora por necessidades diversas, como voltar ao mercado de trabalho, mesmo com as mães separando o leite refrigerado e outros cuidados. Tempo entre mãe e filho para o aleitamento precisa ser priorizado”.
Toda ajuda vale
Mas como ser efetivo para mãe e filho, nessa fase? O doutor responde: toda ajuda vale, especialmente se for contínua. Ou seja, todos os dias, toda semana. É ajudar a mãe a ter esse tempo livre, quando retornar para a casa; tentar viabilizar um meio de transporte para a mãe ir até onde o bebê estiver (se for tangível); dividir ao máximo os afazeres da casa para aliviar a rotina da mãe; diminuir a frequência de sons e ruídos altos na casa ou ao seu entorno; se necessário dividir a rotina noturna com familiar mais próximo, a cada vez que o bebê acordar tanto para mamar como para outras necessidades. “É uma fase e vai passar, as memórias, bem como toda a nutrição ímpar ao bebê, vão se perpetuar”, conclui.
Ainda de acordo com dados da IBFAN, amamentar favorece também a saúde das mães.
Diminui os riscos ao câncer de mama, produz hormônios favoráveis aos sentimentos de positividade, estimula o metabolismo, pela própria produção láctea, entre outros benefícios.
O aleitamento materno é considerado o padrão ouro de alimentação para as crianças de 0 a 2 anos e, por isso, a cor dourada nas comemorações.
Segundo dados da IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar –), a amamentação é capaz de reduzir até 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos.
A cada ano que a mulher amamenta, o risco de desenvolver câncer de mama reduz em 6%.
Além disso, crianças amamentadas têm menos alergias, infecções, diarreias, doenças respiratórias e otites.
Têm menores chances de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2.
Além disso, possuem melhor desempenho em testes de inteligência e se transformam em adultos mais saudáveis e produtivos.
Agosto Dourado
A primeira semana do mês é comumente dedicada à amamentação ao redor do mundo.
Isso há 30 anos, pela iniciativa da World Alliance for Breastfeeding Action (WABA) – Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno.
A WABA é uma organização não governamental, criada a partir da Unicef.
Reúne profissionais, voluntários e organizações em projetos e ações que apoiem a amamentação, sendo um direito universal de cada mãe e de seus filhos.