Na manhã desta segunda-feira (19.09), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto, recebeu o apoio formal de oito ex-presidenciáveis, incluindo Fernando Haddad (PT), atual candidato ao governo de São Paulo e que substituiu Lula nas eleições de 2018, após ele ter sido preso e impedido de participar da disputa.
Fora Haddad, compuseram a mesa do ex-presidente Guilherme Boulos (PSol-SP), que concorrerá à Câmara dos Deputados, Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa com Lula, Marina Silva (Rede-SP), candidata à Câmara dos Deputados, Luciana Genro (PSol-RS), candidata a deputada estadual, Cristovam Buarque (sem partido), Henrique Meirelles (União) e João Vicente Goulart (PCdoB).
O ex-ministro Aloizio Mercadante explicou que esses ex-presidenciáveis foram convidados porque já haviam manifestado apoio à candidatura petista.
Mas, destacou, além disso, que “o espaço continua aberto” para outros.
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) não compareceu porque foi sucessora de Lula, e não disputou contra ele.
Lula abriu a fala lembrando que há muito tempo não conversava com Marina Silva, Cristovam Buarque, Luciana Genro e Henrique Meirelles.
Também lembrou, da mesma forma, que nesta segunda-feira (19.09) o educador Paulo Freire completaria 101 anos, mas desta vez não citou a mensagem de Freire adotada na campanha.
“É um dia alegre pra mim porque essa reunião simboliza a vontade que essas pessoas têm de recuperar a democracia no nosso País. É importante esse dia porque se Paulo Freire fosse vivo, hoje ele estaria completando 101 anos de idade, uma idade que pretendo ultrapassar. Essa fotografia representa a reconstrução do Brasil.”
Orçamento secreto
“Todo mundo aqui sabe da briga que a gente vai ter pra que a gente possa discutir esse orçamento secreto. Muita conversa, muita reunião pra gente resolver esse problema.”
Lula também reiterou que vai se esforçar nesta reta final da campanha para conquistar votos e vencer no primeiro turno.
“Da parte dos meus adversários tem duas brigas. Um lado pra derrotar o Bolsonaro e outro pra não deixar que eu ganhe no primeiro turno. Mas eu quero ganhar, por isso vou trabalhar.”
Coesão
“Nós precisamos barrar o risco e assombro de reeleição do atual presidente da República. Não tenho dúvida de que ele ganhará no segundo turno, mas serão quatro semanas imprevisíveis do ponto de vista de violência nas ruas e fake news. Nós precisamos evitar de toda maneira o segundo turno, não é responsável hoje irmos para o segundo turno. É democrático o voto no primeiro turno”, disse, em resumo.
A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva chamou atenção para a violência política, inclusive dentro de igrejas. Marina é evangélica e tenta atrair esse eleitorado para a candidatura de Lula.
Fatos
Por sua vez, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles foi sucinto e focou nos dados dos resultados dos governos Lula.
Ele foi o responsável pela criação da regra fiscal do teto de gastos durante a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB), regra que Lula promete rever e até mesmo derrubar.
“Esse é o resumo dos fatos, na minha opinião é o que interessa: emprego, renda, padrão de vida pra população e mostrar quem faz, quem realiza. Essa história de falatório pode impressionar muita gente, mas eu acredito em fatos. Eu olho os resultados dos seus governos e isso nos faz estar aqui. Estou aqui com tranquilidade e confiança porque sei o que funciona e pode funcionar no país.”
Embora integrem partidos que estão coligados com o PT, os ex-presidenciáveis Heloísa Helena (Rede) e Eduardo Jorge (PV) não compareceram à reunião.
A ex-senadora declarou apoio a Ciro Gomes (PDT) e Eduardo Jorge se manifestou a favor de Simone Tebet (MDB). Ele diz que não foi convidado.