Diadema recebeu na manhã deste domingo (05.02), em primeiro lugar, mais uma ação em prol do meio ambiente.
A Prefeitura de Diadema, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, e a equipe do projeto “Tem Abelha no Meu Jardim”, inaugurou meliponários (caixas de madeira adaptadas para hospedar ninhos de abelhas) no Borboletário e Jardim Botânico.
O público que compareceu ao evento (aproximadamente 300 pessoas) degustou vários tipos de mel dessas abelhas, famosas pela diversidade e qualidade nutricional e medicinal, e também aprendeu sobre o valor e a importância ambiental de abelhas-sem-ferrão.
“Nosso objetivo é acolher e apoiar essa valiosa equipe do projeto Tem Abelha no Meu Jardim e seu brilhante trabalho, que tanto contribui para a preservação e multiplicação dessas abelhas nativas, importantes para a natureza e um meio ambiente bem equilibrado”, explica, em resumo, Wagner Feitoza, o Vaguinho, secretário de Meio Ambiente e Serviços Urbanos de Diadema.
“Os eventos do ‘Tem Abelha no Meu Jardim’ atraem muita gente especializada nesse assunto” afirmou, da mesma forma, o secretário.
O encontro foi, acima de tudo, gratuito e aberto ao público em geral.
A inauguração começou com um café colaborativo, ou seja, os convidados contribuíram com um prato doce ou salgado e cada participante levou sua própria caneca.
Além de bate-papo sobre abelhas-sem-ferrão, o lançamento dos meliponários incluiu atividades práticas e sorteio de brindes.
Visita ao Borboletário
A ação também ofereceu visita ao Borboletário e trilhas do Jardim Botânico.
Os participantes da inauguração dos meliponários em Diadema tiveram uma oportunidade especial de vivenciar uma aula extraordinária de educação ambiental. O público aprendeu como as abelhas são importantes polinizadores para a reprodução das árvores, flores e outras plantas. “Estima-se, por exemplo, que as abelhas-sem-ferrão são responsáveis pela polinização de 40% a 90% das árvores brasileiras”, afirma Sandro Santana, coordenador do Borboletário de Diadema.
Segundo o coordenador, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, estuda a entrega de kits para instalação de meliponários na Rede Municipal de Ensino. Ele destacou também que Diadema está em negociação com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano) para a implantação de meliponários em áreas verdes do corredor de trólebus. “A idéia é que os meliponários ajudem as abelhas a polinizar as flores e plantas existentes nesses locais”, afirma o coordenador.
A parceria da Prefeitura de Diadema com o projeto “Tem Abelha no Meu Jardim” visa incentivar a meliponicultura na região, promovendo toda a gama de conhecimento científico, ecológico e ancestral, inseridos nessa atividade. Os meliponários também vão contribuir para incrementar ações de educação ambiental do Borboletário, cuja maioria dos visitantes é formada por estudantes ávidos de saber. A partir de março, todo o primeiro domingo de cada mês será dedicado à visitação do meliponário de Diadema, por meio de agendamento.
Fascinado por abelhas
A parceria do Borboletário de Diadema com o Projeto “Tem Abelha no Meu Jardim” vai bem além do institucional. Ambas as equipes técnicas têm muitas semelhanças, além de um amor incondicional às Ciências, especialmente à Biologia.
Integrante do corpo técnico do Borboletário, o estagiário Vilson Mena Neto, de 21 anos, concluinte de Biologia, na Fundação Santo André, já habituado no trato com as borboletas, agora está com mais uma tarefa de trabalho: cuidar dos meliponários. “É muito prazeroso lidar com as abelhas-sem-ferrão e faço com muita satisfação esse serviço. Aliás, o meu Trabalho de Iniciação Científica foi exatamente uma pesquisa sobre a ocorrência dessas espécies nativas”, explicou o universitário.
Vilson, também admirador antigo dos colegas do projeto “Tem Abelha no Meu Jardim”, destacou a grande ocorrência de abelhas-sem-ferrão no território brasileiro.
“De aproximadamente 400 espécies dessas abelhas no mundo, cerca de 300 delas ocorrem aqui no Brasil. Mas para preservar essa riqueza, precisamos estudar cada vez mais sobre esses insetos”, disse ele.
Meliponicultura é diferente de apicultura
É preciso, além disso, esclarecer a diferença entre meliponicultura e apicultura.
A meliponicultura, por exemplo, se refere à criação de abelha-sem-ferrão (também chamada de nativa, indígena ou meliponíneos).
A apicultura é o cultivo de abelha-com-ferrão, que são mais conhecidas por abelha-africana, abelha-da-europa, abelha-comum, entre outros).
As duas espécies têm origens bem diferentes.
As abelhas-sem-ferrão são nativas daqui e eram cultivadas pelos indígenas do Brasil.
Já as abelhas-com-ferrão foram introduzidas em 1839, vindas de Portugal.
Outra diferença, em conclusão, está na diversidade dos tipos de mel produzidos pelas abelhas-sem-ferrão, que também se caracterizam pela qualidade nutricional e medicinal, em vez de quantidade.