Seis moradores foram encaminhados de forma coercitiva, por apresentar quadro delicado de saúde;
Medida recebeu aval da Justiça na noite desta quarta-feira (28.07)
A Prefeitura de São Bernardo organizou força-tarefa, formada por profissionais das Secretarias de Assistência Social, Saúde e Segurança Urbana, para direcionar pessoas em situação de rua para os albergues municipais neste período de frente fria, mesmo diante de recusa.
A primeira ação, que ocorreu nesta madrugada (29.07), abordou 121 moradores de rua.
Deste total, 29 foram encaminhados para os abrigos, sendo seis de forma coercitiva, uma vez que apresentaram quadro delicado de saúde.
A medida que visa proteger a vida dos moradores de rua no período de baixas temperaturas recebeu aval da Justiça na noite desta quarta-feira (28/07).
Outros dois moradores de rua foram levados ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e um à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).
“Embora a medida tenha sido dura, a juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo, entendeu a urgência do ato, deferindo nossa ação. O objetivo desta medida é proteger vidas e evitar óbitos entre esse público, que é de altíssima vulnerabilidade social, nestes dias de baixa temperatura”, afirmou o prefeito Orlando Morando.
Mesmo assim, houve recusas para ir ao albergue.
Então, a força-tarefa da Prefeitura entregou cobertores para que eles passassem a noite.
Só é levado de forma coercitiva, portanto, quem é considerado altamente vulnerável às baixas temperaturas, após a avaliação das equipes de Saúde.
Aval da Justiça
A liminar foi proferida pela 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo, assinada pela juíza Ida Inês Del Cid.
Ela destaca, da mesma forma, que “a frente fria não é só fria: é frente de morte e está a exigir interferência do Poder Público”.
A Prefeitura decidiu ingressar na Justiça depois da previsão de frio intenso emitido pela Defesa Civil do Estado para esta quinta (29/07) e sexta-feira (28/07), bem como pelo alto índice de recusas às abordagens.
Desde o início da operação Cobertor que Salva, mantida pela Secretaria de Assistência Social, foi oferecido acolhimento a 815 pessoas.
Dessas, apenas 134 aceitaram o encaminhamento aos albergues, enquanto 696 moradores recusaram.
Estrutura
Nos dois abrigos da cidade (Rua Tapajós e Rua Marechal Deodoro), há a oferta de camas, banho quente e alimentação.
Todos têm direito a levar seus pertences em bolsas ou mochilas.
Na unidade da Rua Tapajós, além de contar com serviço de convivência durante o dia, há um canil para os bichos de estimação dos usuários do serviço.
Para este período de frio intenso, a equipe de Zoonoses levará os animais para o canil.
Lá, além de protegê-los do frio, serão vacinados, castrados e posteriormente devolvidos aos donos.