Estado promete aporte de apenas R$ 700 milhões à saúde dos municípios em 2024

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Ex-mjinistro da Saúde José Serra recebe medalha de Eleuses no anúncio do aporte de verbas. Foto: GESP

Joaquim Alessi

Por enquanto é só promessa, mas foi apresentado como grande avanço o programa de Incentivo à Gestão Municipal, que eleva o valor encaminhado às prefeituras para cerca de R$ 700 milhões em 2024

Como se fosse muito, mas, além disso, o valor é de fato irrisório para um Estado do tamanho de São Paulo.

Levando-se em consideração que são 645 cidades, a divisão simples e direta representaria meros R$ 1,085 milhão por município.

Claro, vai se dizer, é proporcional, e haverá cidade a receber muito mais. Mas, para isso, outras receberão infinitamente menos.

Apesar de tudo isso, o governador Tarcísio de Freitas anunciou, portanto, com pompa e circunstância.

E foi na noite desta segunda-feira (16.10), na luxuosa Sala São Paulo, na Capital, o anúncio da criação do programa de Incentivo à Gestão Municipal.

O mesmo eleva, acima de tudo, foi dito em alto e bom som, em mais de 85% os repasses estaduais aos municípios para os serviços públicos de saúde.

Para ver como o financiamento já era muito ruim.

Presença regional

Vários representantes do ABCD marcaram presença na solenidade de anúncio.

Como, por exemplo, a secretária de Saúde de São Caetano, Regina Maura, e de seu colega de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho.

“O Incentivo à Gestão Municipal é um aumento do valor para cada município do Estado. Ou seja, são mais recursos para que a gente possa fazer gestão em saúde. Os municípios que hoje recebem R$ 4 per capita vão passar a receber entre R$ 10 e R$ 35 per capita, de acordo com alguns fatores determinados e, obviamente, vinculados ao atingimento de determinados resultados e metas”, disse o governador em solenidade na Sala São Paulo.

O IGM SUS-SP é estruturado de forma escalonada, conforme a vulnerabilidade de cada cidade.

Isso significa que os repasses serão feitos segundo a colocação do município em seis faixas distintas de classificação.

Sempre de acordo com seis indicadores de vulnerabilidade.

O programa também, garantem as autoridades, amplia a transparência na aplicação de recursos.

Segundo eles, porque se baseia em critérios específicos e mensuráveis para a transferência de verba a cada cidade.

Mais vulneráveis

Os 62 municípios considerados mais socialmente vulneráveis receberão R$ 35 por habitante.

Já os 92 municípios classificados na faixa seguinte receberão R$ 30 por morador.

Além disso, 162 municípios da próxima faixa receberão R$ 25 por habitante.

E, em conclusão, os das demais duas faixas terão R$ 20 e R$ 15 por morador, respectivamente.

Isolada na última faixa de classificação, a cidade de São Paulo receberá R$ 4 por habitante, totalizando um aporte de mais de R$ 45 milhões.

Será a primeira vez que a Capital receberá cofinanciamento estadual para a atenção primária à saúde.

“Mais uma vez o governo dá uma demonstração da prioridade que trata a área da saúde em São Paulo, com iniciativas inovadoras, com foco no apoio à gestão municipal. Estamos focados no encaminhamento de soluções que possam levar o SUS em São Paulo a superar desafios e proporcionar à população qualidade no atendimento”, afirmou, em suma, o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva.

Até 2023, os aportes do Estado aos municípios na área da saúde eram os valores do Piso da Atenção Básica (PAB) estadual e do programa Quali Mais.

O PAB estadual repassa R$ 4 por habitante às prefeituras. Somados, os programas garantem aos municípios um repasse de R$ 372 milhões por ano.

Com o IGM, este valor será quase 88% maior em 2024, sendo que os municípios mais vulneráveis que recebiam R$ 4 por habitante passarão a receber R$ 35 per capita, a depender dos indicadores da atenção básica.

A Secretaria de Estado da Saúde ficará, portanto, responsável pelo repasse dos valores.

Indicadores

A iniciativa considera seis indicadores de vulnerabilidade principais: tamanho da população, percentual de habitantes em situação de pobreza ou extrema pobreza, receita de impostos e transferências constitucionais per capita, nível de riqueza, escolaridade e expectativa de vida apontados pelo Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS – 2018).

Além do componente fixo definido pelos seis indicadores, o IGM SUS-SP contará com um componente variável definido por outros cinco indicadores.

O valor variável será definido pelos níveis de mortalidade infantil, cobertura vacinal, assistência pré-natal, controle de hemoglobina glicada em pacientes com diabetes e prevenção de câncer de colo de útero.

Cada município irá se comparar à própria performance no ano anterior.

Na prática, isso significa que quanto melhor for o desempenho relacionado a esses indicadores, maior será a eficiência em saúde.

E, em consequência, também o volume de recursos transferidos pelo Estado.

Nas oficinas de regionalização da Saúde, realizadas entre abril e outubro deste ano, com a participação dos 645 municípios paulistas, as gestões municipais apontaram dificuldades financeiras para cumprir obrigações no setor de saúde.

O IGM SUS-SP foi idealizado pelo Governo do Estado como uma solução inovadora para elevar a qualidade e a oferta dos serviços de saúde em todo o território paulista.

Medalha Walter Leser

O governador e o secretário da Saúde também entregaram a Medalha de Honra e Mérito da Gestão Pública em Saúde Walter Leser.

Receberam-na 28 profissionais da saúde e representantes de três entidades.

A homenagem premia a excelência na atuação no campo da gestão pública da saúde.

São pessoas e entidades que tenham se distinguido de forma notável ou relevante e tenham contribuído para o desenvolvimento do SUS, que celebra 35 anos em 2023.

A solenidade reuniu o presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado, e o prefeito da Capital, Ricardo Nunes.

Além deles, o presidente do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo, Geraldo Reple.

E. da mesma forma, o representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Renilson Rehem.

A OPAS é uma das entidades homenageadas com a Medalha Walter Leser, juntamente com o Instituto Butantan e o Instituto Todos Pela Saúde.

Os profissionais homenageados são Albertina Duarte Takiuti, Ana Luiza D`Ávila Viana, Ana Maria Malik, Álvaro Escrivão, Arthur Chioro, Barjas Negri, Clélia Maria Sarmento de Souza Aranda, Elza Ferreira Lobo, Fátima Palmeira Bombarda, Geraldo Reple Sobrinho, Giovanni Cerri, Iramaia Aparecida Colaiacovo, Irmã Rosane Ghedin, Jorge Harada, José Dínio V. Mendes, José Henrique Germann, José Luiz G. do Amaral, José Serra, Luiza Sterman Heimann, Neide Miyako Hasegawa, Nelson Ibanez, Olímpio José Nogueira Viana Bittar, Oswaldo Yoshimi Tanaka e Renato Tasca. Recebem homenagens póstumas os profissionais Luiz Roberto Barradas Barata, Paulo Elias, Regina Marsiglia e Núbia Virginia D’Ávila Araújo.

 

 

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