Auditores fiscais percorrem, em primeiro lugar, 16 alvos na Região Metropolitana de São Paulo na operação Nasir
Joaquim Alessi*
A fim de desarticular fraude fiscal estruturada no ramo de metais, em especial produtos de cobre e alumínio, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Receita Federal (RFB), com o apoio da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Polícia Civil paulista, deflagram, nesta terça-feira (11.6), portanto, a operação Nasir.
Nesta etapa, o trabalho dos auditores fiscais se concentra em obter provas sobre esquema fraudulento e averiguar a existência real de diversas empresas.
Os alvos da ação são 16 empresas no Estado, nos municípios de São Paulo, Guarulhos, Osasco, Santo André e Mauá.
Além dos contribuintes paulistas, houve atuação em outros 15 alvos nos estados de Santa Catarina, Espírito Santo, Pará e Paraná.
O efetivo montado para a operação Nasir mobiliza 50 auditores fiscais Receita Estadual (Sefaz-SP) com 19 viaturas, 100 auditores fiscais da RFB, quatro procuradores da Procuradoria Geral de Estado de São Paulo (PGE-SP) e cerca de 30 policiais e 14 viaturas da Divisão de Crimes contra a Fazenda do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) da Polícia Civil.
R$ 7 bilhões
Em desdobramento da operação Metalmorfose, deflagrada em 9 de maio, a ação atual verifica a circulação de documentos fiscais da ordem de R$ 7 bilhões.
Há a suspeita de que pelo menos parte possa tratar-se de operações fraudulentas.
Os documentos fiscais frios emitidos por empresas inidôneas (laranjas) têm a intenção de possibilitar aos destinatários a utilização de créditos espúrios – ou seja: irreais-, com o intuito de serem posteriormente utilizados por empresas beneficiárias finais para abater o imposto devido da operação seguinte do ICMS.
Os procedimentos iniciados nesta terça-feira buscam elementos relativos a operações recentes em toda a cadeia produtiva do cobre e outros metais, que permitam responsabilizar os operadores e beneficiários do esquema fraudulento.
Além disso, as inscrições cadastrais das empresas “fantasmas” serão baixadas, de forma a interromper o fluxo de notas fiscais frias.
Você sabia?
O nome da operação, Nasir, é uma referência ao tablete de Ea-Nasir, o documento escrito mais antigo da história.
Nele, há, em suma, uma reclamação contra um vendedor de cobre desonesto.
Milhares de anos depois, operadores desonestos continuam, em conclusão, procurando forma de lesar a livre concorrência e os cofres públicos.
* Com informações da Fazenda do Estado