Atualmente, o País é o que mais acumula casos e mortes por Covid-19 na América do Sul
Quem acompanha os noticiários em qualquer parte do mundo sabe que a saúde no Brasil está em colapso. O agravamento da pandemia somado a falta de estratégias e de ação do governo para lidar com o avanço da doença, transmite uma sensação de abandono do povo.
Para se ter uma noção da tragédia que está em curso, na última semana do mês de março a média móvel de mortes causadas pela Covid-19 no país chegou a 2.655 por dia. Inquestionavelmente, não é um bom momento para visitar o país.
Mas, para a infelicidade e preocupação de Fabiano Rodrigues, 39 de anos, a Justiça do Rio de Janeiro não olha para a situação do mesmo ponto de vista que ele.
“Quero proteger minha filha”
Pai de uma menina de 11 anos, o jornalista está há quase um mês lutando para adiar o retorno da filha ao Brasil. “A mãe tem a guarda e solicitou por meio da justiça que ela reingressasse o quanto antes. Eu quero adiar esse retorno para preservar a saúde dela, já que as circunstâncias aqui são muito mais favoráveis que lá. Quero proteger minha filha”, comenta ele.
De acordo com o advogado Anselmo Costa, que está representando o pai, solicitar o retorno da criança ao país neste momento é uma conduta flagrantemente abusiva. “Se a filha retornar e acontecer algo, a culpa será atribuída não só a mãe, mas também da justiça do Estado do Rio de Janeiro, que neste caso está agindo de forma injusta. Ambas as partes serão responsabilizadas pela conduta inconsciente”, afirma.
Anselmo sustenta ainda que é natural que o pai queira aguardar mais um tempo para o regresso da filha. “Os noticiários em Portugal mostram que o Brasil é o pior país do mundo no que se trata da pandemia. Qualquer pessoa teria medo de ir para lá”, observou ele, apontando ainda que a vila onde a criança permanece com o pai quase não registra novos casos da doença.
Ainda sem respostas
O advogado informou que a criança ainda está com o pai por sorte. “A pedido do juiz, ela estava com a passagem para retornar no dia 22 de março. Recorri, mas não recebemos respostas. Por sorte, os voos foram cancelados e conseguimos que ela permanecesse mais um tempo aqui”, disse.
A nova data de regresso está marcada para o dia 4 de abril. Ainda sem resposta da justiça, Fabiano, pai da criança, se vê totalmente impotente diante a situação. “O que me resta é esperar que o juiz se manifeste a tempo em prol do bem-estar de minha filha”, diz ele, em conclusão.