Presentes inusitados podem ser encontrados na Vila, e, acima de tudo a preços acessíveis
Com a abertura da concorrência de imóveis para empreendimentos comerciais, Paranapiacaba ganhou em setembro, portanto, um corredor destinado às artes.
A Avenida Campos Salles, na parte baixa da Vila, transformou-se, em primeiro lugar, no novo caminho do artesanato.
As lojas já estão abertas ao público, prontas, da mesma forma, para as vendas de Natal.
Fabricadas pelos próprios artistas, as criações são exclusivas e algumas, por exemplo, até inusitadas, com preços acessíveis ao bolso do consumidor.
Arte japonesa
O casal Marisa Cristina Rodrigues e Ivan Duenas abriu o Espaço Porã.
Ela faz, em suma, trabalhos utilizando a técnica “Amigurumi”, a milenar arte japonesa de confeccionar bonecos e bichinhos circulares em crochê e que se tornou uma das principais tendências mundiais pela delicadeza do artesanato.
Ele produz artesanato com biojóias. A matéria-prima é a sobra de madeiras nobres de construção como ipê-roxo, imbuia e mogno para confecção de jóias e peças artesanais.
Lá é possível encontrar ainda bonecas de pano e costuras criativas com feltro.
Arte e poesia
Rosana Martim une arte e poesia na loja Motyrõ, palavra tupi-guarani usada para descrever a reunião de pessoas para colher e construir algo em conjunto.
É com essa filosofia que o empreendimento expõe peças em cerâmica, bruxinhas, geléias com frutas da mata atlântica, cachaça de cambuci, estandartes com motivos religiosos, duendes em garrafas e gnomos surpresas.
Diz a lenda que são os gnomos que adotam as pessoas. Além disso, o estabelecimento tem espaço reservado para café com os famosos bolinhos da bruxa, feitos de maçã.
Coisas da vó
No Empório Irmãs da Lua, da artesã Ana Talamini, predominam as “coisas da vó” como o brechó.
Há também licores e cachaças, incensos e velas, pedrarias, souvenirs com as lendas de Paranapiacaba, roupas autorais, perfumes naturais como o “olho do z”, cujo aroma tem o poder da cura das ervas.
Outro diferencial é a decoração natural com plantas que ser reproduzem com a umidade local.
A Estação Alternativa é uma loja colaborativa que possui brechó, souvenirs, cristais e incensos, purificadores do lar de vários aromas, defumadores e mais de 100 tipos de pedrarias.
A proprietária Giovana Carla Flamínio ressalta que são cinco pessoas que trabalham no espaço, todos da família.
Para completar o caminho do artesanato, tem a Casa da Coruja, especializada em arte ceramista da proprietária Elineide Martins.
“Esta é uma grande oportunidade para você presentear seus entes queridos e conhecer a Vila. Sem perder a tradição, Paranapiacaba mostra um outro lado que não vinha sendo explorado: o empreendedorismo”, afirma o secretário de Meio Ambiente de Santo André, Fabio Picarelli.
Outra opção de compra de presentes é a Feira de Artes e Antiguidades de Paranapiacaba, da artesã Anita Carvalho.
São, da mesma forma, cerca de 20 expositores que participam no Barracão dos Solteiros todos os finais de semana e feriados.
A feira mostra de tudo um pouco: arte temática, produtos de cambuci e frutas nativas, discos em vinil, luminárias, arte em MDF, espelhos em pedraria, brechó, saboaria vegana e vegetal, anjinhos em acrílico e cosméticos artesanais.
Papai Noel de verde
E se alguém sentiu falta do Papai Noel e da árvore de Natal, é só visitar a Casa Fox, na Avenida Fox, sem número.
O imóvel geminado, hoje revitalizado, reproduz a moradia da família ferroviária da época da construção da ferrovia entre o final do século XIX e início do século XX.
Só que na Vila, o Papai Noel usa vestimenta verde e não vermelha.
Isto porque o tom verde/marrom é o original do inverno. Só em 1886 o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho, com o figurino vermelho.
Apesar do esforço do autor, a popularização do Papai Noel de vermelho, branco e preto aconteceu, em conclusão, somente em 1931, com uma campanha publicitária da Coca-Cola.