O Governo do Estado de São Paulo decretou, em primeiro lugar, situação de emergência em saúde pública em razão da epidemia de dengue.
Com isso, o Estado reforça, acima de tudo, o combate à doença e ao mosquito proliferador de diversas formas.
Além do repasse de R$ 228 milhões a municípios, o Estado mobiliza, da mesma forma, a Defesa Civil para atuar no combate a focos de mosquito, além de desenvolver uma nova vacina contra a dengue e apoiar pesquisas científicas.
Os esforços vêm, portanto, um período do ano que exige maior atenção da população com a dengue por conta do aumento das chuvas e do calor.
Vacina contra dengue
O Instituto Butantan desenvolve, por exemplo, a primeira vacina de dose única contra a dengue do mundo, o que coloca São Paulo e o Brasil na vanguarda. Os estudos sobre o candidato a imunizante começaram em 2016 e terminaram em junho de 2024. Os resultados, publicados no The New England Journal of Medicine, indicaram que a vacina do Butantan reduziu em 79,6% o risco de adoecer em consequência do vírus da dengue. Além disso, reduziu em 89% o risco de desenvolver formas graves da doença.
A vacina é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos da dengue, inclusive o DENV-3, que voltou a circular recentemente no estado. Além disso, é também a vacina contra a dengue que cobre a faixa etária mais ampla. Em dezembro de 2024, o Instituto Butantan entregou o último pacote de informações para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, agora, as duas instituições estão em fase de complemento de informações para o registro e autorização de uso do imunizante pela Anvisa.
Em caso de aprovação pela Anvisa, o Instituto Butantan tem condições de fornecer cerca de 100 milhões de doses da Butantan-DV ao Ministério da Saúde nos próximos três anos, sendo 1 milhão ainda em 2025. “Com certeza nós venceremos a guerra contra a dengue quando tivermos vacina para todos. Esse é um trabalho desenvolvido pelo Instituto Butantan. É uma vacina que nos dá segurança de utilização”, disse o secretário de Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva.
Combate ao mosquito
Enquanto a vacina encontra-se em aprovação, o Governo de São Paulo se mobiliza para combater o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Para isso, a Defesa Civil do Estado conta com ações de conscientização junto à população e de eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Agentes da Defesa Civil visitam imóveis e inspecionam quintais, calhas, vasos e caixas d’água. Os imóveis em condições críticas são registrados para futuras fiscalizações. A Defesa Civil do Estado também faz a limpeza de espaços públicos como praças, terrenos baldios e áreas de convivência para remover entulhos e objetos que possam acumular água.
Além disso, a nebulização, também conhecida como “fumacê”, é outra atividade da Defesa Civil contra a dengue em áreas com maior risco de proliferação do mosquito.
Nas ruas de Osasco, por exemplo, agentes da Defesa Civil fizeram vistorias nas residências, limpeza nos espaços públicos e eliminação de criadouros do mosquito no centro da cidade. A ação contou com o apoio de agentes do Controle de Zoonoses, agentes da Via Mobilidade, das Defesas Civis do Estado e do Município de Osasco com apoio dos municípios da região.
Já nas ações de conscientização, a Defesa Civil orienta a população a evitar a proliferação do mosquito da dengue. Em parceria com a Secretaria da Saúde e dos Transportes Metropolitanos, a Defesa Civil foi à estação Palmeiras-Barra Funda, da Linha 7-Rubi, para orientar a população, tirar dúvidas e distribuir panfletos informativos.
Drones
Para complementar a vistoria de possíveis criadouros do mosquito da dengue, agentes da Defesa Civil fazem o uso de drones. Os equipamentos servem para vistoriar imóveis abandonados ou locais de difícil acesso, como o topo de prédios e caixas d’água abertas.
Os imóveis desocupados geralmente escondem diversos pontos de água parada, como caixas d’água sem tampa, piscinas em mau uso e lixo acumulado. Ao constatar o ponto de água parada utilizando o equipamento tecnológico, a prefeitura do município notifica o proprietário do imóvel.
Armadilha contra o mosquito
O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Fapesp, investe em pesquisas científicas e desenvolve tecnologias voltadas ao controle da dengue.
Além do desenvolvimento de vacinas, as iniciativas abrangem, da mesma forma, estudos epidemiológicos e soluções tecnológicas para o monitoramento e combate ao mosquito Aedes aegypti.
A Fapesp apoia, por exemplo, o desenvolvimento de uma armadilha para capturar e monitorar fêmeas do mosquito da dengue. O equipamento atrai os insetos por meio de uma msitura de água, açúcar e feromônio. Uma combinação de câmeras com inteligência artificial diferencia o Aedes aegypti de abelhas ou borboletas, por exemplo. Os mosquitos da dengue são aprisionados e os outros insetos são liberados.
Com a coleta dos mosquitos, a armadilha coleta dados e analisa padrões de movimentação e de densidade populacional do mosquito. Os dados podem ser traduzidos em intervenções de saúde pública e dão mais detalhes do comportamento dos mosquitos. Tudo isso sem a necessidade de um pesquisador in loco. A armadilha foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí (MG) e descrita em artigo publicado na revista Sensors.
Uma pesquisa apoiada pela Fapesp identificou o impacto do fenômeno El Niño no aumento da infestação do mosquito no estado. O estudo aponta que períodos com temperatura acima de 23ºC e volume maior que 153 milímetros favorecem o índice de incidência de larvas. Em outra frente de pesquisa, especialistas alertam para o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue, o que pode intensificar os surtos no Brasil, destacando a importância da vigilância epidemiológica.
Dúvidas sobre dengue
Para tirar as principais dúvidas da população, a Secretaria da Saúde criou, além disso, o site Dengue 100 Dúvidas.
O portal reúne, acima de tudo, as perguntas que as pessoas mais fazem sobre a doença e responde de forma simples e objetiva.
Clique aqui, em conclusão, para acessar o site.