Custo de vida na Grande SP mantém-se estável em março e termina primeiro trimestre do ano com alta de 0,97%

In ABCD, Economia On

Retração dos transportes e desaceleração nos preços dos alimentos aliviam orçamento das famílias 

O custo de vida da população residente na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) subiu 0,97% no primeiro trimestre, mantendo-se estável (0,01%) em março após apresentar variação de 0,71% em fevereiro.

O dado é do indicador Custo de Vida por Classe Social (CVCS), produzido mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).]

No mês que encerra o primeiro trimestre do ano, os preços apresentaram redução média em seis dos nove grupos analisados pela pesquisa. Em 12 meses, o CVCS acumula alta de 3,09%.

GRÁFICO 1

CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)

12 MESES

Fonte: FecomercioSP

Os serviços ligados aos transportes foram os principais responsáveis pelo resultado de março. O grupo apontou deflação de 0,28%, influenciado pelas reduções nas tarifas das passagens aéreas (-9%) e dos bilhetes dos ônibus interestaduais (-1,2%) — além da queda de 1% do óleo diesel, observada no varejo. O impacto da desaceleração do grupo de transportes foi mais perceptível para os lares com menor poder aquisitivo: enquanto a variação para a classe E foi de -0,66%, para a classe A foi de -0,40%.

Já a maior alta foi observada nas atividades ligadas à saúde e aos cuidados pessoais (0,55%). Diante do reajuste anual dos medicamentos, em abril, os preços desse grupo devem ficar ainda mais pressionados. Em março, planos de saúde e serviços médicos subiram 0,8% e 1,5%, respectivamente. Medicamentos como o anti-inflamatório (2,7%) e produtos para pele (2,7%), além de outros remédios, foram os responsáveis pela elevação mensal. Nesse caso, a subida dos preços atingiu com mais força os lares de maior renda. A elevação foi de 0,65%, na classe B, contra 0,43%, na D.

A redução do óleo diesel, fator de extrema importância para a logística e a distribuição, também proporcionou uma variação mais modesta do grupo de alimentação e bebidas (0,10%). Os preços, em razão das constantes altas, eram motivo de preocupação desde outubro do ano passado. Agora, alguns cortes de carne, além da batata-inglesa (-5%) e de produtos derivados do leite, como o queijo (-3,7%) e o iogurte (-1,2%), já apresentam quedas, embora a cebola (19,5%) e a laranja-pera (8%) sigam na direção contrária.  Além disso, a alimentação fora de casa (-0,18%) e as refeições (-0,6%) também arrefeceram.

“O resultado de março traz um alívio para as famílias da RMSP, tirando o temor de uma sequência mais longa de pressão sobre os preços, principalmente de alimentos. Com o fim do ciclo do El Niño, é de se esperar um equilíbrio maior nos preços ao longo do ano, contribuindo para a recomposição de renda das famílias, sobretudo as das classes menos favorecidas”, avalia Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP. 

Também foram observadas retrações nos produtos e serviços ligados a comunicação (-0,51%), vestuário (-0,13%), despesas pessoais (-0,13%), artigos do lar (-0,06%) e habitação (-0,06%). Contudo, o impacto desses grupos sobre a variação global do indicador é relativamente menor em comparação a transportes e alimentos. Em relação à faixa de renda, a pesquisa demonstrou que não houve grandes discrepâncias entre os segmentos. Por fim, a educação apresentou leve variação de 0,11%, mas com influência praticamente nula na variação geral e sem diferenças entre as faixas sociais. 

O Índice de Preços do Varejo (IPV), outro indicador analisado na pesquisa, acumulou alta de 0,77% no primeiro trimestre do ano e, assim como o CVCS, apresentou estabilidade na passagem de fevereiro para março (0,02%). Em 12 meses, o índice acumula aumento de 0,96%. Já o Índice de Preços dos Serviços (IPS) recuou 0,04%, acumulando alta de 1,19% em 2024 e variando 5,38% no período de um ano.

Nota metodológica

CVCS

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.

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