Além da saúde do corpo, a pandemia do novo coronavírus também tem se tornado uma ameaça à saúde mental.
Educadores, entre o desafio das aulas à distância e as incertezas acerca do futuro, estão entre as categorias profissionais mais afetadas.
Mas, desde o início da pandemia, projeto do Cecape (Centro de Capacitação do Profissional da Educação) Drª Zilda Arns, da Prefeitura de São Caetano, tem se dedicado a preservar a saúde mental dos servidores da Rede Municipal de Ensino, por meio de escuta, acolhimento e, quando necessário, encaminhamento a atendimento terapêutico.
Em primeiro lugar, a formadora do Cecape Patrícia Aparecida David explica que o projeto “Cuidando de quem cuida” é o desdobramento de iniciativa que já existia desde o ano passado, com orientadoras e professores auxiliares de direção (Proaudi).
Rodas de conversa
Com a supervisão da psicóloga Maíra Mello Silva, portanto, as educadoras realizavam rodas de conversa para a troca de vivências, aconselhamento e apoio mútuo.
“Quando veio a pandemia, achamos que seria importante dar continuidade online”, relembra Patrícia, em suma.
Inicialmente, por exemplo, foram organizadas pequenas reuniões virtuais, por meio da ferramenta Google Meet, para a equipe gestora.
O projeto estendeu-se, depois disso, na forma de lives para os outros profissionais da comunidade escolar, como professores, inspetores, merendeiras, serventes e porteiros.
A psicóloga Maíra conduz as reuniões e as interações, da mesma forma, se dão pelos comentários.
“Este tem sido um período muito difícil, de solidão”, ressalta a merendeira Lourdes Georgia de Almeida, 54 anos, que trabalha na EMI (Escola Municipal Integrada) Maria Simonetti Thomé, no Bairro Cerâmica.
“É muito bom a gente perceber que, mesmo com o distanciamento, não estamos sozinhos. A live foi uma troca de experiência muito válida. Ser acolhido é sempre muito gostoso”, diz, em conclusão.
O projeto tem apoio do Cedigi (Centro de Pesquisa, Formação e Inclusão Digital), da Secretaria de Educação, para a realização das lives; da Universidade Federal do ABC, que desenvolveu uma oficina de meditação, e da USCA (Unidade de Saúde da Criança e do Adolescente), que disponibilizou um profissional de saúde mental para o atendimento terapêutico das pessoas que necessitarem
QUANDO PROCURAR AJUDA
Nos encontros pelo Meet e nas interações pelas lives, sentimentos como tristeza, medo e ansiedade diante das incertezas do momento atual são os mais expressos.
E isso é perfeitamente normal. Mas, quando esses sentimentos persistem numa intensidade muito grande, quando não se tem controle sobre eles ou quando eles trazem prejuízo à rotina diária, pode ser que a situação esteja saindo da normalidade.
É como esclarece a psicóloga Maíra Mello Silva. “Emoções fazem parte da nossa vida. Medo e ansiedade são sentimentos que têm função de proteção e, no caso de uma pandemia, nos ajudam a tomar os cuidados necessários.”
E conclui: “Assim, se preciso sair à rua, o medo da doença me lembrará de que devo usar uma máscara. Mas, se o medo é grande demais a ponto de me impedir de sair ou, mesmo, de causar sintomas físicos, como tremedeira e suor, talvez seja hora de buscar ajuda profissional”.
ONDE ENCONTRAR AJUDA
Além do atendimento especialmente direcionado a professores e profissionais de saúde (por meio do Projeto Escuta), a Prefeitura também abriu, portanto, um canal para todos os munícipes que precisam de orientações, acolhimento ou ajuda de um profissional da saúde mental.
O atendimento é de segunda a sexta, das 8h às 17h. Para emergências, o atendimento é no CAPS AD.
USCA (para menores de 18 anos) 4233-7546
CAPS (adultos) 4233-7502
CAPS AD (problemas relacionados com álcool e drogas) 4233-7540
Acolhimento ao Idoso: segunda a sexta, das 8h às 14h – 4233-7557