Terça-feira (15.11), a reunião da CPI da Enel com oitiva do presidente da Enel SP, Max Xavier Lins, durou, em primeiro lugar, oito horas.
A relatora da CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito da Enel na Alesp- Assembleia Legislativa de São Paulo, deputada estadual Carla Morando, questionou o presidente da empresa e constatou inconsistência nas afirmações do executivo.
“Reunião muito importante e extensa que teve a participação dos prefeitos e detectamos muitas inconsistências nas respostas do presidente da Enel SP”, disse a deputada.
Ela indagou Lins sobre os investimentos anunciados pela empresa. “Não vemos esse investimento por mais que o senhor fale. A Enel não está atendendo a população. É só andar numa rua e encontramos cruzeta podre, para raio que não funciona ou não tem ou fio que está frouxo por falta de manutenção”, citou, em resumo, a relatora.
Quem vai pagar por isso?
“Lutamos para acabar com os inúmeros problemas que a empresa causa na vida das pessoas. Queremos saber: quem vai indenizar a população que perdeu alimentos e os comerciantes que tiveram prejuízos no apagão? Por que a empresa reduziu o número de funcionários? Por que não investe como deveria em manutenção e modernização da rede elétrica? E muitas outras perguntas que são importantes para obtermos informações para o relatório que entregaremos no final da CPI”, afirmou, em conclusão, Carla Morando.
A reunião teve, além disso, a participação de prefeitos paulistas.
Entre eles, o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que junto a outros gestores relatou exemplos do péssimo serviço prestado pela concessionária.
O prefeito também cobrou o ressarcimento à população.
“Que todos os consumidores sejam ressarcidos pelos prejuízos causados, não só pelo apagão do último dia 3 de novembro, mas pelos outros problemas, como o caso da nossa comunidade “Zé do Buraco”: mais de mil pessoas sem luz por três dias devido a uma chuva normal em janeiro”, disse Orlando Morando.
Evasivo e mentiroso
“Não obtive respostas. Pelo contrário, ouvimos um discurso evasivo e mentiroso, de quem não se preocupa com o cidadão e sim com o lucro. Mais de um bilhão em 2022. Meu desejo é que os deputados concluam a CPI, que tem como relatora a minha esposa, deputada estadual Carla Morando, e que esse sujeito seja devidamente responsabilizado pela sua péssima gestão e pelo descaso com a população”, concluiu o prefeito.
Amparado por um habeas corpus, o executivo da concessionária, mais uma vez, atribuiu os estragos com o apagão do dia 3 às árvores e ao “evento climático extremo”.
Em decorrência de quedas de energia que aconteceram no início da reunião da CPI, Lins teve a sua apresentação de slides comprometida no começo da explanação.
Foram ao menos duas quedas de luz com duração de poucos segundos.
Os trabalhos da Comissão continuam nesta quinta-feira (16.11), às 9h30, com mais uma reunião.
Desta vez, em conclusão, com a oitiva do presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, e da diretora de Sustentabilidade da ENEL, Marcia Massotti.