Coletivos incubados na Economia Solidária ganham apoio da Unifesp

In ABCD, Economia On
Edital aberto pela universidade recebeu 50 propostas de diversas cidades; Dos 19 projetos contemplados, 6 são de Diadema. Fotos: André Baldini/PMD

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgou nesta semana o resultado do edital UAES – Universidade Aberta à Economia Solidária.

Ele previa, em primeiro lugar, valores entre 10 e 50 mil reais para apoiar coletivos e cooperativas de Economia Solidária e da Agricultura Familiar.

De 50 projetos apresentados, 19 foram, acima de tudo, contemplados, sendo 6 deles de Diadema.

Aprimoramento

O apoio será utilizado, por exemplo, para aprimorar a organização da produção, da distribuição e do consumo dos produtos e serviços dos coletivos; possibilitar o assessoramento técnico, a formação e a incubação de empreendimentos; e fortalecer a solidariedade e a cooperação por meio do protagonismo econômico das pessoas envolvidas.

Com isso, espera-se, portanto, um aumento da autonomia econômica de pessoas em situação de pobreza.

Além disso, redução dos níveis de pobreza, fortalecimento de vínculos solidários, associativos e cooperativos e inclusão social com protagonismo econômico.

Demanda muito latente

“A Unifesp montou esse edital para atender uma demanda muito latente dos empreendimentos solidários que é ter capital de giro para investir no negócio, pra quem está começando, e uma fonte de renda que permita à pessoa se dedicar ao empreendimento,” explicou, em resumo, Mariana Giroto, chefe da divisão de Geração de Trabalho e Renda da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SEDET).

“Esse tipo de apoio é raro e foi uma novidade viabilizada por meio de emendas parlamentares e da nova Secretaria de Economia Solidária do Ministério do Trabalho. É a concretização de uma parceria que vem se fortalecendo já há algum tempo, entre a Prefeitura e a Unifesp, sempre estimulada pela nossa vice-prefeita Patty Ferreira, atual titular da SEDET”, diz, em suma.

Deuba (de blazer preto) e Fabíola, do Empreender Delas: “Olha só onde a gente chegou!”

Um dos contemplados foi o Empreender Delas, coletivo de mulheres empreendedoras dedicadas à venda de doces, sabonetes, artesanato e roupas.

A dona de casa Deuba Gomes, 49, faz parte do grupo, por exemplo, há pouco mais de um ano, e assa pães artesanais caseiros e salgados para vender.

Fortalecer uma a outra

“O nosso coletivo fortalece uma a outra. É uma corrente, uma grudadinha à outra, uma apoiando a outra. Quando surgiu essa oportunidade, aproveitamos um desejo antigo nosso de ter uma loja colaborativa e escrevemos o projeto. Porque cada uma ter o seu próprio espaço seria muito mais difícil. E a oportunidade veio. É muita alegria não dá nem pra explicar!”, assinala, em resumo, Deuba.

Sobre o apoio da Casa da Economia Solidária, Deuba é, acima de tudo, taxativa: “É o nosso braço direito. Sem ela, a gente ficaria sem rumo, sem informação, sem orientação. A Casa nos levou pela mão ao longo de todo o processo e olha só onde a gente chegou!”

Os motofretistas Dedé e Nascimento, da Cooper ABC: “Preparando o lançamento do Rango das Quebradas”

Cooper ABC

Outro grupo contemplado pela Unifesp foi a Cooper ABC, Cooperativa de Moto Entregadores da Região Metropolitana de São Paulo.

Criada e incubada pelo IPEPS, a incubadora pública é ligada à Casa da Economia Solidária.

O motofretista Altemício do Nascimento, 54, foi um dos que celebraram a ótima colocação da cooperativa no resultado final.

“Foi ótimo, vai dar pra gente começar a caminhar,” afirmou.

“Vamos usar esse financiamento para comprar materiais, motos, alugar um espaço, equipar os fretistas com tecnologia, tudo o que pudermos fazer para preparar o lançamento do Rango das Quebradas, um aplicativo que será desenvolvido em parceria com a Prefeitura como uma alternativa para entregas de lanches e refeições, principalmente na periferia”, afirmou, além disso.

Apoio total

Nascimento recomenda, portanto, que outros grupos e coletivos procurem a Economia Solidária.

“O apoio aqui é total, total. A gente faz curso, aprende sobre cooperativismo, solidariedade, a Casa da Economia Solidária nos ampara em tudo. E o resultado ta aí, melhorando a qualidade de vida e o rendimento do motofretista de Diadema. Só gratidão mesmo.”

Marcelo Lucas e Mariana, da Economia Solidária da SEDET: “Referência para o estado de SP e para o Brasil”

Para Marcelo Lucas, diretor de Políticas de Trabalho e Economia Solidária da SEDET, essa parceria com a Unifesp é de fundamental importância. “Nós fazemos todo o processo de formação e de organização dos empreendimentos, para que consigam trabalhar os princípios da Economia Solidária e sua própria sustentabilidade, mas a questão do fomento, do apoio financeiro, sempre foi um desafio. E o edital da Unifesp veio justamente ao encontro dessa necessidade.”

Resultado de trabalho

O fato de um terço dos projetos aprovados terem nascido na Casa da Economia Solidária não passou, da mesma forma, despercebido.

“Isso é resultado do trabalho e do investimento do Governo Filippi e Patty, que mostra um acerto da política municipal de desenvolvimento, com trabalho de formação nos territórios da cidade e o estímulo às práticas da Economia Solidária. Diadema torna-se uma referência para o estado de SP e para o Brasil”, salientou, por exemplo, Marcelo.

Em outubro, a SEDET lançará outro edital de incubação de novos empreendimentos solidários, mas grupos e coletivos interessados em participar desde já podem conhecer mais o trabalho do IPEPS e da Casa da Economia Solidária visitando o espaço à rua Prof. Evandro Caiafa Esquível, 127 – Chácara Húngara, Diadema.

O telefone, em conclusão, é 11 4055-5162.

Confira todos os coletivos contemplados pelo edital UAES, da Unifesp:

  1. Cooper ABC – Cooperativa de Trabalho dos/as Moto Entregadores/as da Região Metropolitana da Cidade de São Paulo
  2. Empreender Delas
  3. Cooperativa Okavango de recuperação e reforma de moveis estofados
  4. COLETIVO DE MULHERES SABOR DE CASA
  5. Coletivo de Mulheres – Cozinha Solidária
  6. Instituto Social São Francisco

 

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