O Centro Hospitalar Municipal (CHM) de Santo André passou a contar nesta segunda-feira (27.09) com um Ambulatório de Cuidados Paliativos.
O espaço integra, em primeiro lugar, a linha do cuidado humanizado que vem sendo implantada no município.
Para ter acesso ao ambulatório, o paciente precisa ser encaminhado de um equipamento de saúde.
Ou seja, de uma unidade de saúde de referência, centro de especialidade ou rede de urgência e emergência.
Com capacidade de atender cerca de 40 pacientes ao dia em cuidados paliativos, inicialmente o espaço realizará atendimento de cerca de 60 pacientes por semana.
O aumento vai ocorrer de forma gradativa, de acordo com a necessidade.
“Mais uma evolução no atendimento humanizado aos nossos pacientes, com fundamental importância neste momento em que estamos prestes a superar a pandemia. Garantir acolhimento com dignidade e eficiência é marca do programa Qualisaúde que, desde a sua implantação, vem modernizando os equipamentos de Saúde da cidade”, destacou o prefeito Paulo Serra.
Os cuidados paliativos se baseiam em cuidar e valorizar o paciente em sua essência, biografia e crença.
Com a missão de auxiliá-lo a viver com dignidade, mesmo tendo alguma condição que possa agravar a sua saúde ou que ameace sua vida.
Dentro da estrutura será promovida assistência com equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeuta e nutricionistas.
O atendimento é voltado para pacientes, mas também se estende a familiares e a qualquer pessoa que esteja vinculada ao paciente e que tenha, de alguma forma, sua vida afetada pelo processo do adoecimento.
Além dos serviços oferecidos no local, quando for necessário, o paciente também pode ser encaminhado para a unidade de saúde para passar pelas práticas integrativas com cuidado de reiki, aromaterapia ou musicaterapia.
Capacitação
Profissionais da Saúde passaram por 30 dias de capacitação para que toda a rede estivesse integrada com o serviço, além de aprimorar o olhar sobre esse modelo de cuidado.
De acordo com a médica geriatra e paliativista, Dra. Leticia Sousa Teixeira Cordeiro, muitas pessoas desconhecem o olhar paliativo.
“Gostaríamos de reduzir o preconceito e os paradigmas, além de mostrar que é uma forma de cuidar com amor, cuidar de forma humanizada e proporcionar um olhar individualizado, respeitando as crenças e a biografia daquela pessoa”, explicou.
“Diferentemente de um protocolo de dor torácica, por exemplo, em que um paciente entra em uma unidade de saúde e tem protocolos definidos, o cuidado paliativo tem protocolos personalizados e individualizados objetivando um melhor atendimento. O ambulatório chega para complementar essa rede que já atua há três anos no município. Foi implantado para atender aquele paciente que está em uma fase anterior a que pegamos nas UPAs e nos hospitais, ou seja, é um paciente que não está em critério de internação hospitalar ou domiciliar. Agora essa pessoa terá uma referência para buscar caso haja alguma intercorrência”, completou Dra. Letícia Cordeiro.
Outras ações
Em abril, um paciente de 63 anos foi internado no CHM com Neoplasia Pulmonar Metastática.
O munícipe diariamente reclamava de saudade do seu cachorro.
Dadas as complicações da doença, não era possível que fosse retirado do oxigênio, e ele foi submetido a cuidados paliativos, sem condições de alta.
Após o diagnóstico, a equipe de humanização decidiu liberar, cumprindo todas os cuidados sanitários exigidos durante a pandemia, a visita do animal de estimação.
A iniciativa garantiu, acima de tudo, alívio para o coração do paciente, em meio ao tratamento.
Estudos apontam, em conclusão, que a interação entre cães e pacientes tem efeito calmante e antidepressivo.
Além de reduzir a pressão sanguínea e cardíaca, melhorara o sistema imunológico e o bem-estar geral.
O CHM iniciou em junho de 2019 as atividades de Pet Terapia na unidade pediátrica, mas a ação está temporariamente suspensa por conta da pandemia.