Obras trazem reflexões sobre fases da vida; mostra fica no espaço até 9 de março
A artista plástica Cintia Abravanel está com três de suas instalações no Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo. A exposição Uma jornada pessoal provoca reflexões sobre as fases que o ser humano percorre durante a existência, assim como acontece periodicamente com o sol em cada amanhecer. A mostra gratuita, que fica no maior terminal rodoviário do País de 8 de fevereiro a 9 de março, também tem como objetivo democratizar a arte, pilar fundamental defendido por Cintia. “A arte não pode ser elitista, ela está na vida de todos, a todo momento. Fico honrada em levar a minhas obras para espaços com grande circulação de pessoas para que todos possam usufruir dos seus encantos e provocações.”
A artista explica que as instalações Raiar, Poente e Sou Eu retratam sua caminhada pessoal. “Assim como o Sol, com seu ciclo diário de luz e escuridão, influencia nossos ritmos biológicos e afetam o humor, cada pessoa passa por diversas fases em sua vida. Reconhecer e respeitar esses ciclos, fizeram com que eu aproveitasse todos os momentos de luz, de reflexão e de renovação”.
A instalação Raiar, com 4,60 metros de altura, representa o nascer do Sol, quando há o transpor da noite para o dia. As cores azul, roxo e rosa foram escolhidas por Cintia para compor em sua obra essa transição existente no crepúsculo matutino. “Uma verdadeira poesia. O escuro se desfazendo e se tornando claro. Cada manhã é a oportunidade de um novo renascer”.
Já a obra Poente, de 4,50 x 4,50 metros, é a passagem do dia para o entardecer e o encontrar da noite. O Sol se despede com magnitude, tingindo o céu com tons alaranjados. Na área central da instalação, um cubo de acrílico representa o Astro Rei, de onde saem acrílicos de diversos tamanhos, simulando seus raios e projetando no espaço as cores vermelho, laranja e amarelo.
A terceira criação, Sou Eu, simboliza as pessoas, por isso, Cintia usa um cubo de ferro de 2 metros, onde dentro dele tem cinco cubos menores com acrílicos coloridos entrelaçados com nylon. O primeiro representa o que vimos das pessoas, o segundo mostra que existem diferentes lados da gente, o terceiro é o lado de dentro, o interior e nele tem pensamentos, experiências, crenças, criatividade, insegurança e outras emoções. No quarto cubo há uma explosão disso, que é quando as pessoas permitem mostrar o que são, o que sentem e como isso se espalha pelo universo. “Nesse momento os acrílicos coloridos caem no cubo vazio, fechando o ciclo e recomeçando o processo”, analisa Abravanel.
“É uma grande honra receber a obra da artista plástica Cintia Abravanel no maior terminal rodoviário do País. Acreditamos que a arte tem o poder de inspirar, provocar reflexões e enriquecer a experiência do público. Como gestores de terminais de passageiros, também temos o compromisso de oferecer cultura e entretenimento de qualidade, e essa exposição representa mais um passo nessa missão, trazendo ao público a oportunidade de se conectar com a criatividade e a sensibilidade dessa talentosa artista”, comenta Marcio Caetano, coordenador de operação do Terminal Rodoviário Tietê.
ServiçoExposição: Uma jornada pessoal, por Cintia Abravanel
De 8 de fevereiro a 9 de março
Terminal Rodoviário Tietê – Mezanino
Avenida Cruzeiro do Sul, 1.800 – Santana (SP)
Mostra Gratuita
*Sobre Cintia Abravanel*
Cintia Abravanel tem uma longa trajetória na cultura, atuando por mais de 20 anos como produtora teatral, onde recebeu inúmeras premiações. Foi diretora-presidente do Centro Cultural Grupo Silvio Santos e criadora do projeto Literatura no Teatro. Em 2021, revelou-se ao mundo das artes plásticas, desenvolvendo um estilo autêntico que transita entre neoplasticismo, surrealismo e construtivismo. Suas obras combinam formas geométricas, curvas e cores, com linhas que variam de delicadas a marcantes. Além das telas, ela cria instalações que exploram a força do ferro e a transparência dos acrílicos coloridos, com o intuito de provocar no observador a descoberta de suas próprias emoções. Como a artista se expressa por meio da intuição, ela permite que suas emoções invadam seus trabalhos, de tal forma que o resultado seja uma obra altamente colorida. Cintia já participou de 30 exposições, entre individuais e coletivas, além de Feiras, como ABIMAD e Future Print, e da Cenografia da novela “A Infância de Romeu e Julieta”. Desenvolveu um estilo autêntico e por meio de seus trabalhos se comunica com seus espectadores de modo interpretativo.