Por Antonio Wrobleski
Se antes da pandemia a tecnologia já batia na porta das empresas, com o fechamento dos espaços físicos a digitalização se tornou um pré-requisito básico. Alguns empreendimentos precisaram reinventar o formato de fazer negócio, e sobrevivência foi a palavra do momento. O que houve foi um crescimento de dois dígitos do e-commerce. As empresas um pouco mais estruturadas, que tinham mais base de sistemas em automação, softwares de gestão, mais rapidamente se adequaram à nova realidade.
O executivo divide a crise sanitária em três fases. A primeira como uma descoberta, quando as pessoas e as empresas passaram a acessar mais o meio digital. A segunda marcou o excesso de telas, mostrando a necessidade de estipular limites nesse sentido. E por fim, na terceira fase, as múltiplas utilidades do ambiente online. Momentaneamente algumas empresas souberam aproveitar isso. Mas todo mundo é consciente que o físico, o touching, o olhar e o chegar junto são importantes.
Nesse contexto de adaptações e apesar da digitalização acelerada, nem todos os segmentos cresceram com a internet. Para algumas, essa mudança foi ótima, reduziu custos e aumentou vendas. A grande maioria reduziu custos em partes, mas não aumentou vendas. O empresário não acredita na retomada ao normal, no entanto, vislumbra um futuro cada vez mais associado à machine learning e Internet das coisas.
A grande frota brasileira, a grande maioria, tem mais de 18 anos. A maior mudança é que antigamente se embarcava a tecnologia no caminhão, agora entra com a tecnologia dentro do caminhão, que é um app próprio, um celular. Essa é uma grande mudança que vai estar literalmente se afirmando e reafirmando cada vez mais. Isso é tecnologia de caminhão. E também o acesso ao dinheiro é um fator chave de sucesso para que as startups brasileiras continuem crescendo.
Antonio Wrobleski é presidente do Conselho Administrativo da Pathfind, empresa especializada em otimização e redução de custos logísticos
Sobre Antonio Wrobleski
Presidente do Conselho Administrativo da Pathfind. Engenheiro, com MBA na NYU (New York University), também faz parte do Conselho da BBM Logística e e sócio da Awro Logística e Participações. Ele foi presidente da Ryder no Brasil de 1996 até 2008, em 2009 montou a AWRO Logistica e Participações, com foco em M&A e consolidação de plataformas no Brasil. Foi Country Manager na DHL e Diretor Executivo na Hertz. O trabalho de Antonio Wrobleski tem exposição muito grande no mercado Internacional, com trabalhos em mais de 15 países tanto no trade de importação como de exportação. Além disso, ele é faixa preta em Jiu-jítsu, há 13 anos, e pratica o esporte há 30 anos.
Sobre a Pathfind
A Pathfind é uma empresa brasileira de software para a cadeia logística com especialização em ferramentas de roteirização e otimização inteligente de distribuição de cargas. A demanda por mais inteligência na distribuição de cargas com o aquecimento do e-commerce impulsionou os negócios da Pathfind, que oferece tecnologia para otimização dinâmica das rotas. Desde março, a carteira de clientes cresceu 40% acima do esperado e a previsão de crescimento para 2020, feita em janeiro, dobrou. Atualmente, a empresa atende a mais de 400 clientes, entre eles FedEx, DHL, Votorantim Cimentos, Nestlé e Heineken.