Pedaços de cabos de fibra óptica, pedaço de madeira, parafusos, soquete, fio de eletricidade com interruptor e cola.
Esses foram os materiais utilizados pelo artista plástico Paulo Bordhin, 61 anos, para criar uma verdadeira obra de arte, uma luminária revolux.
Entre segunda (04.07) e quarta-feira (06), por meio da Escola de Ouro Andreense, em parceria com a ONG Biocicla, a ONG 8 Elementos, o ateliê do artista e a ENEL, 20 pessoas aprenderam como construir as exuberantes peças, com o intuito de replicar a munícipes de áreas de vulnerabilidade para que possam não só produzir e utilizar, como também vender e tornar fonte de renda.
“Este curso de capacitação permitiu a 20 multiplicadores aprenderem a produzir luminárias e ensinar munícipes andreenses a montarem essas peças, que são verdadeiras obras de arte e ainda têm potencial comercial, servindo inclusive como uma fonte de renda. Tudo isso a partir de materiais ou matérias descartáveis e reutilizáveis. É a Escola de Ouro atuando e capacitando andreenses”, exaltou, em resumo, a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Ana Cláudia de Fabris.
Duas peças por aluno
Cada aluno produziu, portanto, duas peças da luminária durante as aulas.
Uma das peças, puderam levar para casa. A outra foi doada ao Fundo Social de Solidariedade de Santo André.
Além da destinação e da capacitação, o artista e orientador enalteceu a ação ter como base a reutilização de materiais descartáveis.
“Como a gente está pensando na sustentabilidade, no reuso, estamos dando essa destinação maravilhosa e artística para desenvolver essa peça, a luminária revolux, que é feita com cabos de fibra óptica tensionados sobre a madeira perfurada”, contou Paulo Bordhin, especialista ao uso de fios de metal, material versátil que tem a capacidade de dar outra dimensão às peças.
“Criei esse protótipo para que fosse possível multiplicar e capacitar pessoas, gerar renda para aquelas que estiverem precisando, desenvolvendo essa peça e colocando à venda, e destinando esse material para função artística e utilitária, porque tem design e também serve para iluminar. O grande prazer não é só ensinar, mas dar start em cada pessoa para que cada uma tenha esse olhar diferenciado ao material”, continuou, além disso, o artista, que já expôs em mais de 50 cidades do Brasil, em Nova York, Londres e outros locais.
Grande potencial
Encantada com as aulas, Roseli Pigato Lorenzetti, 62 anos, professora do Crisa (Centro de Referência do Idoso de Santo André), disse que enxerga grande potencial neste tipo de luminária.
Sobretudo pela origem dos materiais. E já imagina, por exemplo, de que maneira seus alunos poderão aproveitar as peças.
“Fiquei encantada em ver que a gente pode reaproveitar materiais descartáveis, que não teriam utilização, e a partir deles consegue confeccionar abajur, lustre, de forma tão simples e bonita, inclusive podendo multiplicar (o ensinamento) para as pessoas e ajudá-las. Muita gente pensa que a terceira idade que só vai (às aulas) para aprender. Mas pelo contrário. Muitos vão com intuito de depois poder vender”, disse, em conclusão.