Após deixar muita gente sem água no Natal, Estado e Sabesp pedem redução do consumo

In ABCD, Canto do Joca On
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Isso para que ainda tem abastecimento, é claro

Joaquim Alessi

O presente de Natal do governo Tarcísio e da recém-privatizada Sabesp a muitos paulistas foi, em primeiro lugar, uma torneira seca.

Não foram poucas as reclamações recebidas na Redação de ABCD REAL lamentando a falta do líquido precioso.

A falta de planejamento, quando a estiagem já era prevista havia muito tempo, e o não aviso prévio dos problemas estragaram as festas de muita gente.

Famílias ficaram impedidas de celebrar em casa porque simplesmente não tinham água para cozinhar, lavar os pratos ou usar os sanitários.

Depois da catástrofe (porque certamente não faltou água no Palácio dos Bandeirantes), chega na sexta (26.12) o comunicado oficial.

E o mesmo diz, com a maior desfaçatez, acima de tudo, que a culpa é do calor e da estiagem. E o resto do povo entrou mesmo em uma fria…

Pedido lacônico para economizar

Leia, por exemplo, o texto de material enviado à Imprensa pela Comunicação do Estado:

“A onda de calor que assola o Estado de São Paulo desde a última semana provocou um aumento de até 60% no consumo de água, segundo a Sabesp, em algumas regiões, afetando diretamente o nível dos mananciais que abastecem a Grande São Paulo.”

Só não tinham contado para eles. Mas, o texto prossegue com o pedido inusitado:

“Em função do aumento da demanda, o Governo de São Paulo alerta sobre a necessidade de economizar água.”

A desculpa, além disso, é sempre a mesma:

“O crescimento do consumo ocorre em um momento em que o Estado registra um dos menores índices de chuvas dos últimos anos, causando uma estiagem prolongada e afetando a capacidade das represas que abastecem a Região Metropolitana.”

E a ladainha prossegue:

“Por isso, o Governo de São Paulo pede para que as pessoas façam uso consciente da água, tomando banhos mais rápidos e evitando desperdícios e o uso para fins não essenciais, como encher piscinas ou lavar calçadas e carros. O uso da água deve ser priorizado para alimentação e higiene pessoal. A colaboração da população é fundamental para garantir a regularidade do abastecimento.”

Vão tomar banho!

Dá vontade de responder: “Vão tomar banho vocês, já que água não falta para quem está no poder.”

Dizem mais: “O Governo de SP monitora os sistemas de abastecimento junto à Sabesp, que realiza manobras operacionais para preservar o equilíbrio da distribuição. Como medida preventiva, a Sabesp tem realizado reforço no abastecimento, inclusive com o apoio de caminhões pipa em regiões específicas.”

“O uso consciente de água deve fazer parte da rotina das famílias, principalmente neste período de escassez severa, lembrando que a ação de cada um tem impacto na preservação do nível das represas responsáveis pelo abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo”, disse a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.

Secretária Natália, perto da Vila Natália, na segunda-feira, inaugurando o Piscinão Jaboticabal, com Tarcísio à sua esquerda (jura?) e o prefeito de Ribeirão Pires, Guto, à sua direita. Frame de vídeo de Joaquim Alessi

Redução da pressão noturna

Desde agosto o Governo de São Paulo, em parceria com a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), determinou a redução da pressão noturna da água na Região Metropolitana de São Paulo para preservar os mananciais em função da escassez de chuvas.

Entre 27 de agosto e 21 de setembro, a redução da pressão ocorreu por oito horas, começando às 21h e encerrando às 5h.

A partir de 22 de setembro, o horário foi ampliado em duas horas, com início às 19h e término às 5h.

As medidas de gestão hídrica adotadas pelo Governo, segundo eles, garantem uma economia de água equivalente a mais de 1,2 milhão de caixas d’água de 500 litros por dia, ou 50,4 mil por hora.

Porém, até o momento tudo isso teve pouco resultado.

“Dicas” para economizar água

Mas, já que o desastre é inevitável, seguem “dicas” (eita termo horroroso) do Estado para o nosso estado de calamidade e abandono:

1 – O grande vilão do consumo é o banho. Um banho de 15 minutos pode gastar até 150 litros de água, o que em uma família de três pessoas pode significar 13,5 mil litros mensais. Banhos rápidos, de 5 minutos, podem economizar até 9 mil litros por mês.

2- A descarga também consome bastante água. Cheque sempre se não há vazamentos e evitem jogar papel higiênico para não causar entupimento e aumentar o desperdício.

3 – Na cozinha, mantenha a torneira fechada enquanto ensaboa a louça e abra apenas no momento de fazer o enxágue. Caso tenha máquina de lavar louça, ligue apenas quando estiver cheia.

4 – Junte o máximo de roupa suja antes de ligar a máquina de lavar roupas. Não esqueça que a água descartada no final da lavagem pode ser usada em outras atividades, como lavar calçadas ou varandas.

5 – Opte sempre por vassoura no lugar das mangueiras para limpar a calçada, o quintal e outras áreas da casa. Se precisar lavar o carro, use o balde, ao invés da mangueira.

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