O tom otimista persiste no mercado imobiliário do ABCD, mas é fundamental que o governo federal retome os programas populares para quem ganha de 1 a 1,5 salário mínimo.
A afirmação foi feita, em primeiro lugar, pelo presidente da AcigABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradpras do Grande ABC), Milton Bigucci Júnior;
Júnior, como é chamado, concedeu entrevista coletiva no início da tarde desta quinta (03;03) para anunciar o balanço de 2021, e respondeu à questão de ABCD REAL.
Lembrado de que os prefeitos Paulo Serra (Santo André) e Orlando Morando (São Bernardo) cobraram a retomada de tais programas, nos últimos dias, ele concordou.
Mas, afirmou que “os municípios também precisam fazer sua parte”, facilitando para as construtoras, notadamente no que diz respeito à redução de impostos.
O presidente da AcigABC revelou, da mesma forma, ter mantido contatos recentemente com os secretários responsáveis pela Habitação em Santo André, Rafael Dalla Rosa, e em São Bernardo, João Abukater.
São Bernardo lidera
Em relação do balanço de 2021, Milton Bigucci Júnior destacou o “aumento de 60,4% nos lançamentos residenciais ntre janeiro e dezembro de 2021”.
Foram, portanto, lançadas 2.741 unidades, em 2021, contra 1.709 em 2020.
São Bernardo do Campo liderou os lançamentos em 2021, com 1.578. Depois, vieram Santo André com 590, Diadema com 468 e São Caetano do Sul com 105.
Comercialização
No acumulado de 2021, foram comercializados 2.466 imóveis novos no ABCD.
O resultado representa eueda de 9,1% em relação às 2.712 unidades comercializadas em 2020, “mas, tínhamos uma oferta menor de imóveis na região em 2021”, disse Júnior.
Ou seja, comparadas as vendas sobre oferta (VSO) em relação ao ano anterior, o saldo é positivo para o mercado do ABCD.
Boa notícia
A boa notícia ficou no indicador VSO, que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas de janeiro a
dezembro de 2021.
Ele atingiu a média de 15,5%, com crescimento de 6,7% em relação à média de 14,0% do período anterior.
Já o VGV (Valor Geral de Vendas) movimentado em cinco das sete cidades do ABCD (Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não entram no levantamento) totalizou R$ 1.165.300,00.
O volume é, da mesma forma, 16,5% menor que o registrado em 2020, de R$ 1.396.400,00, Os valores são atualizados pelo INCC-DI da
Fundação Getúlio Vargas de dezembro de 2021.
Oferta final
As cidades do ABCD encerraram 2021, portanto, com a oferta de 1.199 unidades disponíveis para venda.
Esta oferta é formada por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (janeiro de 2019 a
dezembro de 2021).
Houve aumento de 14,5% em relação a dezembro de 2020, mês em que foram registradas 1.047 unidades não comercializadas.
Por segmento
Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se, além disso, em quase todos os indicadores no período de 2021, registrando o maior
número de vendas (2.032 unidades), lançamentos (2.193 unidades), oferta final (862 unidades), VGV (R$ 599,9 milhões), VGL (R$ 700,8 milhões).
Já o melhor VSO médio foi percebido nos imóveis de 3 dormitórios (78,4%).
Faixa de Área Útil (m²)
Os imóveis entre 45m² até 65m² de área útil lideraram, em 2021, em lançamentos (1.152 unidades).
A maior oferta final foi registrada, acima de tudo, nos imóveis até 45m² (476 unidades).
O maior valor registrado de VSO foi nos imóveis de 86m² até 130m² (18,2%) que registraram também o melhor valor VGV (300,5 milhões).
A maior quantidade de unidades comercializadas foi de imóveis com área entre 45m² e 65m² (2.466
unidades), que também lideraram em VGL (R$ 381,9 milhões).
Faixa de preço
Imóveis com preço entre R$ 240 mil a R$ 500 mil destacaram-se no período em quantidades de unidades lançadas (1.614 unidades), em oferta final (691 unidades) e maior VSO foi registrado nos imóveis acima de R$ 1,5 milhão (92,4%).
Na análise de Milton Bigucci Júnior, apesar do impacto negativo da pandemia sobre a economia nacional, o setor imobiliário conseguiu manter um ritmo de crescimento.
Os fatores que justificam essa análise, segundo ele, foram a taxa de juros básicos em níveis baixos até o último trimestre de 2021.
O presidente da AcigABC tambén ressaltou o “Fique em Casa” cono fator de aumentar ainda mais a procura por um
imóvel durante a pandemia.
Sem contar, além disso, a grande demanda reprimida nos últimos anos.
“Tudo isso trouxe confiança para os empresários acreditarem no mercado, aumentando o número de lançamentos, e para os clientes, que se sentiram seguros para adquirir um imóvel”, disse, em conclusão.