Pretensos candidatos a prefeito e a vereador precisam tomar todos os cuidados possíveis com a língua. Em todos os sentidos. Quem fala demais dá bom dia a cavalo, diz-se no Interior. Quem escreve errado corre o risco de renunciar à candidatura antes da hora. Uma vírgula e… adeus eleição. Diante de uma pergunta, o político pode responder: “Não, sou candidato.” E nesse caso é mesmo. Ou simplesmente escrever: “Não sou candidato”. E aí não é mesmo. O que tenho recebido de material de imprensa desses pré-candidatos com erros de Português não está no gibi. Mas pode acabar nas súmulas do TRE… E, então, a verba investida perde-se com o verbo equivocado.
Político discute, e eu discuti
Há poucos dias recebi e-mail de um pré-candidato a prefeito de Santo André com o seguinte título (ou “títalo”, como brincava o genial editor de Política do DGACB no início dos anos de 1980, Professor da USP e meu grande Mestre no Jornalismo, Aleksandar Jovanovic): “Fulano discuti arco de alianças para 2020”. Não cito o nome para não ficar chato. Mas ele não “discuti”, e sim discute. Esse discuti existe, mas é passado, razão pela qual escrevi no ‘títalo’ da nota: “Eu discuti”. Lê-se como se houvesse acento no ‘i’.
Desencontro
Mas o drama continua. O “release” (pomposo nome em inglês para definir material de assessoria enviado a jornalistas) prosseguia com ataques medonhos à Língua Portuguesa. E em determinado momento informou que o pré-candidato esteve em São Paulo “para se encontra”. Assim mesmo, sem o erre no final. Poxa, e num um ace ntozinho para pelo menos poder justificar com o sotaque do Interior: “Encontrá”? Tá “difícer”.