Definitvamente, 2021 é, acima de tudo, um ano de grandes e irreparáveis perdas para a Imprensa do ABCD.
Nesta sexta-feira (24.12), véspera de Natal, somos obrigados a publicar a notícia que mais detestamos: a morte de um símbolo do Jornalismo.
Nosso Mestre Comendador Antonio Julio Pedroso de Moares nos deixa, aos 71 anos de idade.
Fundador e diretor-editor-responsável da Tribuna do ABCD há cerca de 30 anos, “Comenda” (como eu sempre o chamava) era mesmo da Velha Guarda.
Para quem me chama de antigo, meu MTb é 12.290. O do “Comenda” é, e vai ser sempre, 256, Isso com oito anos de diferença de idade.
Ensinamentos
Figura icônica, sempre com a velha máquina portátil de fotografia pendurada no pescoço, ele nos ensinou a retratar o dia a dia.
A observar pelas lentes de um atento repórter as cenas que simbiolizavam cada dia, cada evento, cada acontecimento digno de Nota, de Notícia.
Hoje, quando qualquer fake news de internet é confundida com informação, “Comenda” vai fazer muita falta.
E vai fazer falta nossos papos sobre vinhos, a sua predileção pelo “Periquita”, de José Maria da Fonseca, Setúbal, Portugal, que ele amava tanto.
Almeria Carvalho Pedroso de Moares, sua incansável companheira nessa jornada, e a filha Mariana Pedroso ficam com a missão de dar continuidade ao trabalho.
Aliás, foi Mariana quem contou a todos nós que o papai virara uma estrelinha.
Ele tivera Covid-19 em setembro, e isso levou ao descobrimento de outras doenças, como, por exemplo, um câncer de fígado.
Na quinta (23), a família levou-o ao hospital, em função de suas condições físicas. Nesta sexta (24) ele foi para a UTI, mas não resistiu.
O velório começará às 7h deste sábado (25.12) e irá até 11h, à rua Rio Grande do Sul, 790.
O enterro será, portanto, às 11h30, no Cemitério Cerâmica, à avenida Armando de Arruda Pereira, 880.
Floret
Mas, o título deste artigo fala em perdas, Irreparáveis, neste 2021 que, a 26 de agosto, nos levou também Alberto Meiback Floret.
Diretor da Folha do ABC, em circulação há quase 64 anos, Floret era, portanto, outo mestre do Jornalismo Regional.
Chamava-me, carinhosamente, de “irmão”, e trocávamos muitas ideias, notadamente sobre a política regional.
Ainda nesta quinta (23), à noite, trabalhei lado a lado com uma de suas filhas, Beatriz Floret, na cobertura da posse do prefeito Auricchio.
Com a partida de Floret e Pedroso fiva uma grande lacuna, que já começara com as perdas, há anos, de Edson Dotto e Fausto Polesi.
Os comandantes da Imprensa do ABCD se vão, e o nosso barco, em conclusão, fica cada vez mais à deriva.