Muito se vai falar, escrever, pensar, repensar neste fevereiro de 2021 sobre os 99 anos da Semana de Arte Moderna de 22.
Sábado, 13 de Carnaval, sem marchinha.
Mas, marchamos para um 22 preocupante.
Calibre mínimo, porém ameaçador.
Se a Semana da Arte de 1922 uniu a nata da genialidade nacional (Oswald, Mario de Andrade, Manuel Bandeira, Di Cavalcanti, Villa Lobos, Guilherme de Almeida e tantos outros), em parte pelos bombardeios de 17, de Lobato à obra de Anita (a Malfatti), em parte pela necessidade de mais um “ismo”, o Ano de 22 apresenta-se como aquele que precisa reunir mais que a intelectualidade, a sociedade responsável, para combater o que poderá vir a ser conhecido no futuro como “A arte de 22”, minúscula, no sentido arteiro do palavra.
Desenha-se um quadro de terror à nossa vista.
Pinta um horizonte sombrio.
E precisamos dos versos de Gullar
versus aqueles que nos querem estrangular.
Porque “a vida vale a pena, mesmo que o pão seja caro, e a liberdade pequena”.
Precisamos do piano de Villa. Lobos nos espreitam. Com seus trenzinhos caipiras.
Precisamos da Arte no sentido libertário, libertador.
Para não ser apenas mais uma flor,
como canta o partigiano, em Bella Ciao,
morto pela liberdade.
Vem, vamos embora…
A caminho da Arte maiúscula.
A caminho da Arte em 22!