Levantamento da ESPM revela que, apesar da divisão por percepções políticas, brasileiros se unem na preocupação com preços e consumo interno

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Pesquisa, com recorte entre extremas direita e esquerda, mostra, em primeiro lugar, divergências dos grupos;

Mas, as redes sociais são a principal fonte de notícias tanto para a direita quanto para a esquerda

Pesquisa nacional conduzida pelo Centro de Estudos Aplicados de Marketing da ESPM (CEAM), autoridade em marketing e inovação para negócios, mostra a percepção da extrema direita e da extrema esquerda para o tarifaço – aumento das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. 

Segundo o levantamento, apesar de ser um tema pouco compreendido pela população, gera diferentes percepções sobre consumo, economia e confiança nas instituições.

No grupo formado por posições de direita e esquerda, participaram 721 pessoas de todas as regiões do País.

Foram 427 alinhadas à direita e 294 à esquerda, a partir de uma pesquisa inicial, realizada com mil pessoas. 

Entre extremos, 32% dos que se identificam com a  esquerda afirmam estar bem-informados, contra 27% da direita.

Isso sugere, portanto, maior engajamento político entre os que se identificam com a esquerda.

As redes sociais são, da mesma forma, a principal fonte de notícias tanto para a direita quanto para a esquerda, e a TV aberta segue relevante.

Há, porém, perfis distintos: a Globo lidera em ambos os campos, com forte concentração na esquerda (62%) e participação menor na direita (30%).

Entre os eleitores de direita, o consumo é mais disperso e a Jovem Pan aparece como referência (25%), praticamente ausente na esquerda.

“Esses resultados mostram que o consumo de informação atua como uma “câmara de eco”. Cada grupo reforça suas próprias crenças a partir das fontes que privilegia, o que ajuda a explicar os vieses nas percepções sobre o tarifaço e suas consequências”, completa Eduardo Mesquita, coordenador de pesquisa do CEAM.

Impacto pessoal e econômico do tarifaço: consenso no País, divergência no indivíduo

Mesmo com conhecimento limitado, o sentimento predominante é de apreensão.

Mais da metade (51%) acredita que o tarifaço afetará o Brasil diretamente e 68% projetam prejuízos para a economia.

O consenso termina quando a análise é pessoal: 52% da esquerda acreditam que serão prejudicados, enquanto apenas 22% da direita compartilham dessa visão, havendo até quem espere efeitos positivos.

No entanto, o medo de alta de preços é generalizado: 54% dos entrevistados acreditam que combustíveis e energia ficarão mais caros – percepção semelhante à direita (43%) e à esquerda (45%).

Mas, as prioridades mudam: a esquerda se preocupa mais com alimentos (29%), enquanto a direita teme os serviços essenciais (30%).

No comportamento de consumo, as reações também divergem: 58% da direita dizem que reduzirão o consumo, ao passo que 61% da esquerda preferem buscar alternativas mais baratas.

União no consumo nacional, crítica aos EUA

Se nas percepções internas há distâncias, o consumo aproxima.

São 57% os brasileiros que afirmam que vão priorizar produtos nacionais, uma convergência rara entre direita e esquerda.

Em relação aos produtos americanos, prevalece a estabilidade: 54% dizem que sua percepção não se altera.

Já a imagem dos Estados Unidos como país sofre desgaste: 63% de ambos os grupos afirmam que sua visão piorou após o tarifaço.

“O consenso em torno do consumo nacional pode ser explicado pela Teoria da Identidade Social. Quando uma ameaça externa surge – neste caso, o tarifaço imposto pelos EUA – as diferenças internas dão lugar à identidade coletiva de ‘ser brasileiro’. Isso pode explicar por que direita e esquerda, apesar de tantas discordâncias, se unem na valorização do produto nacional e na crítica aos Estados Unidos”, destaca Eduardo.

Setores em alerta e reações políticas

Há acordo de que o agronegócio será o setor mais atingido.

Mas, a intensidade do pessimismo varia na indústria: 70% da direita veem cenário crítico, contra índices menores na esquerda.

No comércio interno, há alinhamento moderado (56% direita, 55% esquerda).

Quando o assunto é reação do Brasil, 54% defendem medidas de resposta.

Mas os caminhos se dividem: direita (24%) e esquerda(20%) preferem negociar com os EUA, mas a esquerda também deseja fortalecer a indústria nacional (18%) e retaliar com tarifas equivalentes (18%).

A polarização fica mais evidente na confiança institucional: 76% da direita não confiam no governo e esse índice de desconfiança chega ao patamar de 80% quando se trata do STF, enquanto 67% da esquerda confiam no governo e 61% no Supremo.

“Se a ameaça externa gera união no consumo, as diferenças ideológicas ativam mecanismos seletivos de interpretação. A direita tende a minimizar danos pessoais e desconfiar do Estado, enquanto a esquerda projeta impactos maiores e deposita confiança no governo. Esse padrão pode ser explicado pelo conceito de motivated reasoning, segundo o qual cada grupo ajusta sua leitura da realidade para reforçar suas crenças”, completa o coordenador de pesquisa do CEAM. A pesquisa completa pode ser acessada aqui

Metodologia

O estudo, de caráter exploratório, foi realizado com uma amostra nacional de 1.000 pessoas.

Teve recorte de extremos para 721 pessoas, respeitando critérios de quotas regionais e demográficas.

Com nível de confiança de 95%, os resultados oferecem insights relevantes sobre tendências de consumo e percepção pública.

Isso, embora não devam ser interpretados como projeções estatísticas da totalidade da população brasileira.

Sobre a ESPM

A ESPM – The Marketing Powerhouse – é uma escola de negócios com mais de 70 anos de excelência acadêmica na formação de profissionais preparados para transformar o mercado e a sociedade.

É referência no ensino superior nas áreas de Comunicação, Marketing, Consumo, Administração, Economia Criativa,Tecnologia e Inovação.

Oferece nove cursos de graduação – bacharelado: Administração, Ciência de Dados e Negócios, Ciências Sociais e do Consumo, Cinema e Audiovisual, Comunicação e Publicidade, Design, Direito, Jornalismo e Relações Internacionais, e quatro cursos de graduação – tecnólogos: Gestão Comercial, Gestão de Qualidade, Gestão de Recursos Humanos e Logística.

Além disso, oferece pós-graduação lato e stricto sensu (mestrados e doutorados).

Fora os cursos de curta duração em extensão acadêmica e programas de educação executiva voltado para empresas.

Conta com cinco campi – dois em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e um em Porto Alegre.

Além de unidades regionais em Curitiba, Goiânia e Salvador, a ESPM reúne, em conclusão, cerca de 12.600 alunos e mais de 1.100 colaboradores.

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