Em ação conjunta com instituto enológico de Conegliano, casta italiana utilizada na produção de vinhos frizantes chegará, portanto, em setembro ao vinhedo experimental da unidade
Originária da região do Vêneto, nordeste da Itália, e reconhecida por seu potencial na produção de vinhos frizantes, a uva Incrocio Manzoni será plantada, a partir de setembro, em primeiro lugar, no vinhedo experimental Vigneto Italia, da Escola Técnica Estadual (Etec) Benedito Storani, em Jundiaí.
A iniciativa é fruto, por exemplo, de mais uma etapa da parceria entre a unidade do Centro Paula Souza (CPS) e o Instituto de Viticultura e Enologia Isiss G.B. Cerletti, de Conegliano – a mais antiga escola de enologia da Itália – com apoio do Instituto de Culinária Italiana para Estrangeiros (ICIF) no Brasil.
O projeto integra, acima de tudo, o trabalho realizado no Centro de Enologia do Estado de São Paulo da Etec Benedito Sotorani.
O mesmo desenvolve, além disso, pesquisa aplicada para testar a adaptação de variedades italianas de ciclo curto ao terroir paulista.
Sempre com foco na formação técnica de excelência e no fortalecimento da vitivinicultura regional.
“A parceria com o instituto de Conegliano reforça nosso compromisso com a formação técnica de excelência e o desenvolvimento da vitivinicultura regional baseada em ciência e inovação”, destaca, em resumo, o diretor-superintendente do Centro Paula Souza, Clóvis Dias.
Masterclass
Para celebrar a chegada da nova cultivar, o Vigneto Italia realizou nesta terça-feira (29.07), uma masterclass técnica.
Foi programada degustação orientada dos vinhos Collalto – Incrocio Manzoni Bianco 6.0.13 e Collalto – Incrocio Manzoni Rosa 1.50.
Tais mudas serão plantadas no parreiral da Etec.
“Enxergamos cada nova variedade que chega ao nosso vinhedo como uma oportunidade de ampliar o campo experimental da Etec, de aproximar nossos alunos de uma viticultura de padrão internacional, com potencial real de aplicação ao cenário paulista”, comenta, da mesma forma, o vice-diretor-superintendente do CPS, Maycon Geres.
O evento contou com a condução do professor responsável pelo projeto na Etec Benedito Storani, Eduardo Alvarez.
Teve a participação remota do enólogo italiano Andrea Affili, diretor da vinícola Conte Collalto.
Ela é reconhecida, acima de tudo, como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Além da degustação harmonizada com queijos brasileiros e receitas venezianas, convidados, jornalistas, influenciadores, empresários e entusiastas do mundo do vinho, conheceram os laboratórios e estruturas técnicas do Centro de Enologia da Etec Benedito Sotorani.
Intercâmbio educacional
Desde 2024, o vinhedo da unidade recebe variedades autóctones italianas, a primeira foi a Tocai Rosso.
Estão previstas ainda as plantações das uvas Croatina, Corvina, Durella, Vermentino e Malvasia del Lazio, entre outras.
As atividades envolvem os alunos do curso técnico em Viticultura e Enologia, que participam de todas as etapas: do preparo do solo ao plantio e condução das mudas.
O objetivo é formar profissionais qualificados para atender às exigências do mercado e impulsionar a produção de vinhos diferenciados no Estado de São Paulo.
Mauro Zardeto, representante do Instituto Cerletti, celebra o sucesso da parceria entre as instituições.
“É uma satisfação ver nossas variedades sendo cultivadas em solo brasileiro com tanto cuidado técnico e espírito de intercâmbio. Acreditamos que esse projeto tem grande valor educacional e cultural para ambos os países”, diz, em resumo.
Além das variedades da parceria, são produzidas na Etec outras cultivares viníferas já adaptadas ao Brasil, como Sauvignon Blanc, Merlot, Syrah e Cabernet Franc.
Mais do que ensinar técnicas, a Etec proporciona aos estudantes a oportunidade de vivenciar experiencias reais de vitivinicultura, do plantio à degustação.
“Cada etapa que podemos apresentar é indispensável para ampliar a visão dos jovens sobre o setor e o que os espera no mercado” explica, em suma, o professor responsável pelo projeto, Eduardo Alvarez.
Sobre a uva Incrocio Manzoni
As uvas Incrocio Manzoni resultam de cruzamentos promovidos pelo professor Luigi Manzoni, na década de 1930, em Conegliano.
Entre as variedades mais notáveis estão, em conclusão, Manzoni Bianco 6.0.13 (Riesling Renano x Pinot Bianco) e Manzoni Rosa 1.50 (Trebbiano x Traminer).
Elas são amplamente utilizadas em vinhos frizantes e tranquilos com perfil aromático expressivo.
