Vice-presidente e ministro esteve no Polo Industrial de Triunfo, Rio Grande do Sul, em evento da Abiquim. Do total anunciado, cerca de
R$ 340 milhões (44,7%) são, por exemplo, para o Estado gaúcho
Braskem, Innova, Grupo OCQ e Unipar anunciaram, em primeiro lugar, na sexta-feira (17.01) investimentos de R$ 759,3 milhões na indústria química.
O anúncio deu-se, acima de tudo, em evento promovido pela Abiquim em Triunfo (RS).
Tais investimentos foram viabilizados, além disso, pelo Regime Especial da Indústria Química (Reiq Investimento) e 44,7% do total – cerca de R$ 340 milhões – serão aplicados no Rio Grande do Sul.
Na cerimônia, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, falou, em suma, sobre a importância do Reiq Investimentos, que beneficia centrais petroquímicas e indústrias químicas que se comprometerem a ampliar sua capacidade instalada ou a instalar novas plantas.
Competitividade
“No Brasil temos um problema de competitividade, então a defesa comercial é fundamental. Com o Reiq reduzimos PIS e COFINS, tributos federais, para melhorar a competitividade da indústria química e defender o parque industrial brasileiro. Como resultado, nós estamos vendo agora aqui os novos investimentos”, afirmou Alckmin.
O presidente de Abiquim, André Passos Cordeiro, destacou, da mesma forma, as dificuldades do setor nos últimos anos.
Enfatizou, além disso, que a indústria química tem demonstrado que, quando incentivada, responde rapidamente.
“O Reiq investimentos foi regulamentado no final de 2023 e vimos ao longo de 2024, e seguiremos vendo agora no decorrer de 2025, investimentos acontecerem de fato. Então, esse é o sinal que a indústria química quer dar publicamente. Com a política pública correta, com os incentivos corretos, com a defesa comercial adequada, conseguimos dar resposta para a sociedade sob a forma de investimento, sob a forma de emprego, sob a forma de renda. Além disso, agrega também novos tributos. A indústria química é a maior pagadora de tributos federais”, declarou.
Geração de empregos
Também presente no evento da Abiquim, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, explicou que a indústria química está no centro da estratégia de desenvolvimento do estado, não apenas pelos investimentos realizados, como também pelos benefícios gerados.
“É fundamental destacar não apenas a viabilização de investimentos que sustentem este setor, mas também os benefícios imediatos de geração de empregos e movimentação econômica. Nesse polo petroquímico sozinho temos mais de seis mil empregos gerados. Temos o polo da química fortalecido no Rio Grande do Sul com esses investimentos que se viabilizam a partir de uma política pública estabelecida em nível nacional, que é o Reiq, nos seus dois formatos, aquele mais tradicional e este que viabiliza investimentos, fortalece um setor que é mola propulsora do nosso desenvolvimento porque se associa a tantos outros setores”, ressaltou o governador.
Os investimentos anunciados nesta sexta vão possibilitar a geração de mais de 2.200 empregos na fase de implementação dos projetos no Rio Grande do Sul, Alagoas e Bahia, segundo o presidente da Braskem, Roberto Ramos. “Os anúncios têm um papel importante para garantir políticas públicas assertivas no setor químico. Os investimentos vão fomentar a instalação e ampliação de planta do setor, com impacto positivo na economia brasileira, além de permitir o adensamento produtivo, a elevação da arrecadação municipal, estadual e federal e a geração de empregos.”
A importância da indústria química no cenário econômico nacional foi destaque da fala do deputado federal Afonso Motta, presidente aa Frente Parlamentar da Indústria Química.
“O setor tem um faturamento de aproximadamente 200 milhões de dólares e gera mais de 2 milhões de empregos diretos e indiretos; é nosso compromisso e nossa responsabilidade continuar desenvolvendo o trabalho regulatório no Congresso Nacional que permita a competitividade e expansão da indústria química”, destacou.
Investimentos
Do total de recursos, R$ 614 milhões são relacionados a sete projetos da Braskem distribuídos entre os produtos de polietileno, PVC e outros produtos químicos. Com isso, a empresa vai ampliar a sua capacidade atual de produção em cerca de 140 mil toneladas.
A Innova vai investir R$ 73,3 milhões o que vai permitir aumentar a sua produção de poliestireno em 30%.
“Estamos fazendo expansões na produção de poliestireno, expansão em laminados, e na parte alimentícia. Tudo está sendo possível por causa do Reiq Investimentos. Sem ele, muitos projetos não sairiam do papel, principalmente os de produtos menos competitivos”, afirmou o vice-presidente da Innova, Reinaldo J. Kröger.
R$ 57 milhões, o investimento da Unipar via Reiq
Os recursos vão para a ampliação da planta de PVC em Santo André e vão contribuir para o aumento de mais de 30% na capacidade instalada, propiciando maior competitividade e benefícios de sustentabilidade, segundo o presidente da empresa, Rodrigo Cannaval.
“A Unipar, acreditando no futuro do setor químico, segue investindo em projetos estruturantes. Nos últimos anos, iniciamos programas de investimentos em geração de energia elétrica e modernização do parque fabril”, salientou Cannaval.
Já o Grupo OCQ vai investir R$ 15 milhões na criação de novas linhas de produtos e na ampliação das capacidades produtivas e avanço de projetos ambientais, como o reuso de água.
“Os R$ 15 milhões anunciados no âmbito do Reiq Investimento reforçam o nosso compromisso com o crescimento sustentável da indústria química. Essa iniciativa trouxe um impacto significativo para a competitividade de nossa indústria, gerando segurança para novos investimentos e promovendo o desenvolvimento do setor”, disse o sócio fundador e presidente do Grupo OCQ, Francisco Fortunato.
Além dos investimentos anunciados, outros projetos estão em análise.
Eles devem aportar mais R$ 260 milhões ao setor ainda neste semestre.
Com isso, os investimentos da indústria química via Reiq vão ultrapassar a casa de R$ 1 bilhão.
Os investimentos via REIQ também vão contribuir para resgatar a competitividade da indústria brasileira no cenário internacional.
Afinal, ela foi fortemente impactada pelas mudanças estruturais globais do setor nos últimos anos.