Maior festival global de documentários cidadãos exibiu, no Reserva Cultural, em São Paulo, em primeiro lugar, os 5 curtas-metragens premiados e o Grand Prix global do ano
Não é mais mudança climática, é emergência climática.
Assim foi, acima de tudo, o clima do evento de premiação do Festival Megacities Shortdocs, na noite desta segunda-feira (27.05) no Cine Reserva Cultural, na avenida Paulista.
O evento ocorreu pela primeira vez no Brasil, embora seja já tradicional na França, e reuniu, da mesma forma, produtores culturais, diretores, atores e muitos estudantes.
Filmes que geram empatia e encorajam as pessoas a atuar, portanto, por cidades mais sustentáveis e justas.
Foram revelados, além disso, os vencedores em cinco categorias: Melhor Curta Documentário, Melhor Curta Estudante, Crise Climática Urbana, A Cidade em 15 Minutos e a Melhor Iniciativa Urbana, além do Grand Prix global do ano, que é exibido no Festival Internacional de Cinema.
Filmes na Cultura
A TV Cultura, além disso, vai exibir os curtas-metragens vencedores agora, em junho.
Criado na França em 2015, o Megacities Shortdocs ocorre no Brasil, em suma, por meio de uma parceria entre a ONG Métropole du Grand Paris, idealizadora do festival, e a plataforma São Paulo São.
Neste ano, participaram, por exemplo, 350 documentários, 80 deles brasileiros.
São cineastas profissionais ou amadores, mas o requisito é ser um morador de uma metrópole.
Ou seja, qualquer cidade, portanto, com mais de um milhão de habitantes, como a Grande Paris, ou alguma das 35 megacidades do mundo (toda e qualquer área urbana contínua formada por mais de 10 milhões de habitantes).
No Brasil, há, em suma, 2 megacidades (São Paulo e Rio de Janeiro) e 17 grandes cidades, segundo esse conceito da ONU.
Espaços que necessariamente concentram um triplo desafio: ecológico, econômico e social.
“O festival se reveste de ainda mais importância em meio ao colapso climático vivido pelo Estado do Rio Grande do Sul. É um festival muito tradicional na França e uma novidade no Brasil, mas o país já representa quase 25% dos inscritos, o que revela a força do audiovisual brasileiro e dos desafios urbanos. O concurso é uma grande oportunidade para que, através do cinema, se possa revelar e inspirar novos projetos e iniciativas de impacto positivo nas cidades”, destaca, em resumo, o designer Maurício Machado, sócio-diretor da plataforma São Paulo São e responsável pela vinda do festival ao Brasil.
O evento de premiação da edição 2023/24 do Megacities Shortdocs no Brasil foi, além disso, um oferecimento da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e do Conselho Nacional do Sesi.
Premiados:
* Melhor Curta Estudante Edição 2023-24
“Nunca foi só futebol”, de Manuela Fiuza e Erico Simonard
O curta mostra personagens e as lutas do primeiro time de futebol de salão transgênero de São Paulo.
* Melhor Iniciativa Urbana
“Lixo no Lixo” – Haroldo Cesar de Castro Silva e Yara Leitão.
Um músico propõe novas formas de conscientizar a população sobre os perigos do descarte do lixo de forma desordenada.
* Proximidade Feliz / Cidade de 15 Minutos
“O Morro do Fubá”, de Dandara Pires e Jonathan Roditi (La Colline Du Mais).
Crianças se unem para revitalizar, transformar e ocupar um espaço público na região do Rio de Janeiro ocupada pela milícia.
* Crise Climática
“Se o campo não planta, a cidade não janta” – Gabriel Valle e Fernanda Soares.
Curta mostra os desdobramentos do projeto da agricultura orgânica e comunitária já nos centros urbanos, como São Paulo.
* Menção Honrosa
“Circuito Rios e Ruas Manifesto” – Charles Groisman.
Marcelo Tas nos guia por um passeio às margens do eterno poluído Rio Pinheiros: “nossos rios urbanos correm limpos, vivos e livres!”.
* Melhor Curta São Paulo São
“Lavando Almas” – Rafael Machado dos Santos e Luis Guilherme Chagas.
O filme mostra que o projeto Banho Solidário Sampa funciona para oferecer apoio e dignidade aos moradores de rua de São Paulo.
* Grand Prix Global
“The Atlantis Mussels” (Indonésia) – Rachmat Kurniawan Idrus e Azyd Aqsha Madami
Este filme mostra, em conclusão, a resistência de uma comunidade na costa da chamada Região Especial da Capital Jacarta, que sofre impactos diretos da subsidência (afundamento) das terras e das mudanças climáticas globais.
Serviço:
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