Otorrinolaringologista do Hospital Paulista explica que os exercícios de baixo impacto podem ser mais eficientes para prevenir, ou mesmo minimizar, as reações típicas da rinite alérgica e da chamada ‘carne esponjosa’
Quem tem rinite, asma, sinusite, adenoide ou qualquer outro problema respiratório semelhante, com certeza já ouviu milhares de vezes o conselho de que é preciso fazer uma atividade física para se livrar (ou ao menos, minimizar) essas crises. Especialmente a natação, que aumenta os volumes inspiratórios e expiratórios – e, por isso, em tese, ajudaria a reduzir o impacto e recorrência dos sintomas provocados.
Mas será mesmo?
De acordo com a Dra. Cristiane Passos Dias Levy, médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias respiratórias, a natação, assim como toda a atividade física, é sim uma ótima maneira de prevenir esses problemas. No entanto, há vários aspectos a serem analisados antes de qualquer decisão nesse sentido.
“Seja a natação, a corrida, a dança, o futebol, ou até mesmo a caminhada, o ioga, todos são exercícios que ajudam a fortalecer os músculos respiratórios, aumentando a sua capacidade e eficiência. No entanto, a prática regular dessas atividades precisa ser adequada às condições físicas de cada um. Ou seja, requer, antes de mais nada, uma avaliação médica”, pondera a especialista.
Natação
No caso da natação, especificamente, ela explica que pessoas com rinite alérgica ou adenoide podem ter problemas com o cloro presente na maioria das piscinas. “Importante verificar com um médico se a natação é apropriada, pois em piscinas tratadas com cloro, irão piorar dos sintomas. Além disso, existe uma associação entre rinite alérgica e a hipertrofia de adenoides. A rinite alérgica pode contribuir para a hipertrofia das adenoides devido à inflamação crônica das vias aéreas superiores, levando ao aumento do tamanho das adenoides. Da mesma forma, a hipertrofia das adenoides pode piorar os sintomas da rinite alérgica, criando um ciclo de inflamação e sintomas nas vias aéreas superiores”, explica a médica.
Ainda assim, a quem não abre mão desta atividade, a Dra. Cristiane Passos destaca que há opções para evitar o contato com o cloro. “No caso da natação, há piscinas tratadas com água salinizada ou mesmo com ozônio, o que certamente pode ser uma solução a quem tem rinite ou adenoide, mas desde que recomendada pelo médico”.
Treinos pesados
Já para os adeptos da musculação, crossfit, atletismo e outras atividades digamos ‘mais pesadas’, a médica do Hospital Paulista faz um alerta a quem tem respiração oral.
“Para pessoas com hipertrofia de cornetos, é aconselhável evitar atividades físicas extenuantes pela dificuldade de respiração adequada (nasal), como exercícios intensos ou aeróbicos vigorosos. Além disso, atividades em ambientes com ar poluído ou muito seco também são menos recomendáveis, pois podem irritar as vias aéreas superiores”.
As mais recomendadas
Atualmente, segundo a Dra. Cristiane, os otorrinos costumam recomendar atividades físicas de baixo impacto, como caminhada, ioga e ciclismo. “Principalmente no caso da rinite alérgica, é aconselhável optar por atividades físicas que tenham menos probabilidade de desencadear sintomas: alongamento, ioga e dança e pilates podem ser mais adequadas, pois geralmente têm menos exposição a alérgenos do ar e irritantes, como cloro e a poluição de maneira geral”.
Conselho semelhante vale para as pessoas com restrições de atividades físicas, mas que têm problemas de respiração. “Também é recomendável focar em atividades leves que ajudem a melhorar a capacidade pulmonar e a função respiratória, como exercícios de respiração, alongamentos suaves, caminhadas curtas e ioga adaptada. Essas atividades podem ajudar a fortalecer os músculos respiratórios e a melhorar a eficiência da respiração”.
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