Phioravante Penedo
Essa doeu
O tanto célebre quanto folclórico jornalista Paulo Francis fumava desbragadamente. Quando advertido, dizia que, não ele, mas a ciência deveria resolver o assunto e criar uma defesa eficiente contra a nicotina, de modo que pudesse continuar a fumar em paz. Partiu sem ver a vontade realizada. Hoje um amigo manifestou desejo no mesmo estilo. Quer uma pílula que evite cãibras. E esculhambou, da mesma forma que Francis, o atraso da ciência em resolver o assunto. Consultei um médico sobre o tema. A resposta foi a de que a solução definitiva para as cãibras constitui um dos maiores desafios que a medicina enfrenta. Pelo visto, nosso amigo, que já não é nada jovem, só estará livre das dores quando já estiver repisando a bronca contra a ciência em companhia do grande Francis.
Lá e cá
A blogueira russa Katie Rrrrocks ama o Brasil e desde que, anos atrás, estacionou por aqui, num intercâmbio social, nos visita periodicamente. Ela postou um vídeo em que lista 21 diferenças culturais que pôde observar entre o país de origem e o nosso. Entre elas:
A imensa quantidade de açúcar utilizada nos doces brasileiros. Diz que é inimaginável para os padrões russos.
Escovar os dentes após cada refeição. Idem inimaginável por lá.
Por fim, afirma que, por lá, em hipótese alguma se usa mais do que um tipo de carboidrato num prato. Servir na mesma refeição arroz e batata, por exemplo, no maior país do mundo não rola.
Ele tem sete anos, 1,94m e pesa 1.400 kg. Chama-se Knickers e, além de grande, é um boi de sorte. O pecuarista australiano dono do gigante declarou que o anormal, digo, o animal não pode ser abatido em virtude de ser “grande demais para entrar no abatedouro”. Vida longa para Kinickers.
Nova (já) era
Uma amiga, em São Paulo, foi a uma farmácia comprar medicamentos. Estacionou o carro numa das vagas reservadas aos fregueses e entrou. Já lá dentro, ouviu que, do lado de fora, o motorista de um ônibus articulado, desses que puxam mais uma unidade, estava apelando em voz alta para ver se identificava quem havia estacionado um carro em local proibido, demasiadamente próximo à esquina, o que o impedia de fazer a curva e entrar na rua da farmácia com o ônibus articulado. De dentro da farmácia, uma mulher se identificou como a motorista que estava sendo procurada, e, aos berros, respondeu irritada aos apelos do motorista, negando-se a retirar o carro. E iniciou um discurso em que, a certa altura, berrava que tinha sido ameaçada pelo motorista do ônibus. Minha amiga nesse momento resolveu intervir e dizer que não tinha havido nenhuma ameaça. A mulher imediatamente iniciou uma série de ofensas à amiga, Em seguida, fez uma pausa e deixou a farmácia em direção ao carro. Minha amiga aproveitou a pausa e prontamente resolveu também sair dali. Entrou no carro e quando já o ligava para partir, a motorista agressiva surgiu apontando-lhe uma arma, gritando que, se ela tivesse coragem, que saísse do carro. A amiga conseguiu sair de mansinho e foi embora.
A História da Riqueza no Brasil — O imperdível livro de Jorge Caldeira
“Na época de Léry, os europeus apenas se espantaram com o imenso conhecimento que os índios da floresta tropical tinham das propriedades e usos farmacêuticos das plantas. Vindos de uma sociedade que mal começava a dominar com mais eficácia as fórmulas medicinais vegetais, os recém-chegados não podiam acreditar nas prescrições medicinais indígenas — muito mais sofisticadas. Era uma diferença espantosa. Os europeus conheciam o uso de algo como uma centena de espécies; os nativos manipulavam cerca de 3.000 — que hoje são tesouro da humanidade”.
“Nada a fazer se não esquecer o medo”
Luís Carlos Sá, em Caçador de Mim.
“A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar ao amigo de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades”
Millor Fernandes