João Ventura, 38 é sergipano, professor, graduado em música, mestre em piano pela Universidade Federal da Bahia – UFBA e doutor em artes musicais pela UNL (Universidade Nova Lisboa).
Em 2015, Ventura chega a Portugal, em primeiro lugar, para cursar o doutorado em Artes Musicais, e paralelamente desenvolver sua carreira.
Em Lisboa, por exemplo, Ventura começou a ser notado e reconhecido como grande pianista, requisitado para os mais variados tipos de trabalho.
No fim de 2017, além disso, conhece Toquinho, que ao ouvir um dos seus contrapontos o convida a acompanhá-lo na turnê que celebraria os seus 50 anos de carreira.
Em 2018, apresentaram-se, portanto, em shows em Lisboa, Porto, Coimbra, Seixal, São Paulo, Maceió e Aracaju.
Ainda naquele ano, João conhece a cantora norte-americana Madonna.
Impressionada com um dos seus contrapontos, ela o convida para acompanhá-la no Met Gala, em Nova Iorque. João ainda gravou uma faixa do disco da cantora.
Os contrapontos
Para uma melhor compreensão dos “Contrapontos”, apresentamos abaixo, em suma, uma das magníficas releituras de João Ventura.
Simplesmente a fusão entre a “Insensatez”, de Tom Jobim, e a “Sonata ao Luar”, de Ludwig Beethoven.
O ambiente emocional da “Sonata ao Luar” carrega, acima de tudo, um sentimentalismo profundo e uma carga dramática marcante.
O mesmo é percebido em “Insensatez”. A letra fala de um término de relacionamento, onde alguém saiu com o coração partido e deseja uma reconciliação, que ao que parece, não chega a acontecer.
Esses amores “impossíveis” fazem parte do universo dessas duas canções, que, combinadas, originam um encontro entre Tom Jobim e Ludwig Beethoven, despertando toda a tristeza sublime cantada pelo maestro brasileiro, combinando-a à dramática consternação do gênio alemão.
Após essas constatações, parte-se para a comparação estrutural entre as duas obras. Alguns ajustes melódicos e harmônicos feitos, finalmente surge o “Contraponto”.
Outro exemplo, a fusão do “Libertango”, de Astor Piazzolla, com “Espumas ao Vento”, de Accioly Neto.
Com todo o cuidado citado no parágrafo anterior, com resultados desafiadores e audaciosos, um trabalho que, se for feito sem o devido cuidado, pode soar como uma execução do novo pelo novo.
A intenção não é essa, mas sim, desenvolver uma pesquisa para a concepção dos arranjos, aproximando correntes aparentemente distintas, de modo a criar uma nova sonoridade e propiciar a coexistência dos mais diversos estilos, no mesmo espaço de tempo,
Vale ressaltar que o projeto “Contraponto” não conta somente com combinações entre músicas eruditas e populares específicas.
Em alguns arranjos, a canção popular é, em resumo, misturada a padrões de acompanhamento oriundos da música clássica, romântica, impressionista e afins.
Além disso, existem mais combinações, como por exemplo: baião com salsa, samba com jazz, entre outras.
Serviço:
João Ventura em “Contrapontos” Duração do show 80 minutos Censura: 12 anos
Dia 26 de abril, às 21h
Ingressos: R$100,00 inteira e R$50,00 meia Abertura da bilheteria: 19:30h
Sampa: R$80,00
Teatro União Cultural
Rua Mário Amaral 209 – Paraíso Tel: (11) 3885 2242
Estação Metrô Brigadeiro
Ficha técnica:
João Ventura (voz e piano)
Uma Palinha
Confira, em conclusão, a performance de João Ventura em “Contrapontos” no link abaixo: Flight of the Bumblebee (Korsakov) X Garçom (Reginaldo Rossi)