Joaquim Alessi
O golpe é velho, mas muita gente ainda cai, em função da mudança de estratégia dos salafrários.
Com a dengue infestando milhares de lares, e a população, em sua maioria, descuidando de suas casas, os bandidos encontram terreno fértil para lucrar.
Tem um marginal ligando para o celular das pessoas, dizendo-se funcionário da Secretaria da Saúde, mas nem diz qual.
Questionado, afirma que é de São Paulo.
Explica, em um Português que não é da internet – de qualidade, portanto -, estar com uma pesquisa de saúde.
Pergunta se a pessoa já tomou todas as vacinas contra Covid. Depois, se tomou a vacina da gripe.
Com respostas positivas, “informa” que a partir de semana será aplicada a vacina contra a dengue.
E, além disso, acrescenta que será para todas as faixas etárias, dada a evolução dos casos.
Nesse momento, o meliante diz que para confirmar a pesquisa precisa de um código de seis números enviados para o whatsapp do entrevistado.
Se a pessoa, por descuido, na boa fé, passar tal número, entregará a senha para seu whatsapp ser clonado.
E, a partir daí, o bandido passará a pedir dinheiro para amigos da vítima etc e tal.
Empresas de telefonia
Perguntei a um delegado de Polícia se, com o número da ligação, não seria possível chegar à quadrilha.
O mesmo disse que não, que são muitos casos, impossível checar todos, e que os bandidos mudam de número rapidamente.
Ora, mas a operadora de telefonia tem de manter a documentação, endereço, CPF e tudo o mais de quem usa suas linhas.
Pelo menos é assim com o cidadão normal, do qual exigem tudo e mais um pouco.
Mas, o marginal, não. Esse pode usar documentos falsos, pois ninguém questiona. A operadora quer vender o serviço.
E as autoridades… bem, deixa pra lá.
Melhor mesmo é não passar dados e muito menos essas senhas para ninguém. A picadura é no teu braço e bolso.
Fica a dica!