Parceria entre a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP
Uma equipe de 20 arquitetos e urbanistas vai desenvolver, em primeiro lugar, projetos de intervenção nas moradias dos núcleos habitacionais de Diadema.
Isso para melhorar as condições e a qualidade de vida da população.
Convênio nesse sentido foi assinado, portanto, na quarta-feira (25.10) entre a Prefeitura, por meio da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano, e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP – Universidade São Paulo.
A parceria é, acima de tudo, uma experiência inovadora.
Os profissionais fazem residência acadêmica e se especializam, por exemplo, em habitação de interesse social.
E, da mesma forma, os moradores ganham uma casa com melhor acessibilidade, ventilação e iluminação.
Referência
O prefeito José de Filippi Jr lembrou que Diadema sempre foi, além disso, referência nos projetos de moradia.
Tanto que aprovou projetos reservando as áreas especiais de interesse social e criando a concessão do direito real de uso do solo, além dos mutirões de autogestão como o do Conjunto Gazuza, um dos primeiros do país.
“O convênio vai colocar o conhecimento da universidade ao lado dos moradores dos núcleos para promover avanços nas áreas de conforto, saneamento e segurança, tudo integrado às políticas públicas e sociais que complementam e garantem o direito à habitação”, disse, em resumo, Filippi.
Ronaldo Lacerda, secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, deu boas-vindas aos novos profissionais.
“Vocês vão reforçar nosso time para levar melhorias nas condições de uma vida melhor da população. Juntos, vamos construir políticas para melhorar as condições de vida das pessoas”, comentou.
A assistência técnica transforma vidas
Para João Whitaker, professor e diretor da Faculdade da Arquitetura e Urbanismo, a assistência técnica às habitações sociais deveria ser um dos principais motivos da profissão. “Arquitetura não é só fazer casas bonitas; e precisamos ter gestores que entendam a importância de o arquiteto ir à casa das famílias. Não é um trabalho tão vistoso quanto o de construir casas, mas tem um efeito integrador quanto à qualidade de vida”, afirmou.
O professor comentou que Diadema continua realizando políticas inovadoras na área da habitação e urbanização. “Para nós é muito feliz essa parceria, que é a universidade trazendo seu conhecimento e também aprendendo”, disse.
Mário Reali, ex-prefeito da cidade e atualmente secretário do Consórcio Intermunicipal do Grande ABCD, comentou que um dos desafios do projeto é o grande adensamento populacional dos núcleos. “Muitas vezes a moradia ocupa a área total do lote, daí não tem ventilação ou iluminação, a parede fica úmida e começam as doenças respiratórias. O projeto está muito associado à saúde, pois vai intervir para abrir janelas, iluminar, tornar o acesso mais seguro, dar autonomia entre uma casa e outra”, comentou.
Um dos participantes do projeto é o arquiteto e urbanista Rodolfo Barbosa Ribeiro.
Ele já trabalhou com comunidades de baixa renda prestando esse tipo de orientação e serviço.
“Para mim é a oportunidade de continuar trabalhando em assessoria técnica para melhorias habitacionais. Normalmente, o arquiteto é caro para a população de baixa renda, que fica sem um profissional para pensar nas melhorias de sua casa”, explicou.