Morre aos 78 Dalmo Pessoa, meu Mestre no Notícias Populares

In Canto do Joca On
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Dalmo, em reprodução da TV Gazeta, que o homenageou nesta terça (06/10)

Dalmo Pessoa, grande jornalista esportivo, em primeiro lugar, ensinou que “Futebol é com 11” na TV Gazeta. Criou o Mesa Redonda, e muito mais.

Tudo isso vai se falar muito sobre ele nesta terça (06/10), quando ele nos deixa, aos 78 anos de idade.

Perdeu, em suma, a batalha para o câncer.

Mas, prefiro destacar os ensinamentos recebidos dele.

Em 1980, ele, editor de Esportes do Notícias Populares, o NP, me chamou para cobrir férias de um colega.

Eu já tinha passado, por exemplo, pelo Popular da Tarde (POP), A Gazeta Esportiva, e estava na Folha Metropolitana, de Guarulhos, mas longe do futebol.

Sabia, acima de tudo, que o texto no NP era outro. Enxuto. Telegráfico. Engraçado. Malicioso.

Era, em resumo, a linha do diretor Ebrahim Ramadan, outro gênio.

“Língua NP”

Eram 30 dias de trabalho, mas eu queria mostrar que podia escrever na “língua no NP”. Muito difícil, quase impossível. Era preciso muita criatividade.

Aprendi muito na Escola NP, com o Mestre Dalmo. Bárbaro. Mas ao final não tinha a vaga almejada. Pena.

Como história, sobrou a honra de ter sido escalado para escrever o comentário da final do Brasileiro de 1980: Flamengo e Atlético Mineiro.

Mas tinha um condição: deveria resumir todo o jogo (que teve cinco gols, 3 a 2 para o Mengo), em 40 linhas de 70 toques.

E mais, como o NP era o primeiro jornal do grupo Folha a rodar (os cinco jornais da casa usavam a mesma rotativa), o jogo terminava às 18h, e às 18h05 as laudas precisavam estar nas mãos do diagramador, sem atraso.

Terminado o primeiro tempo, escrevi a primeira lauda: 20 linhas, deixando as cinco linhas do lead (abertura) para contar o resultado (o famoso quem, onde, quando, como, por quê…).

As laudas

No decorrer do segundo tempo, fui redigindo de 15 em 15 minutos. De modo que, quando o juiz apitou o final, escrevi em segundos as cinco linhas do lead, coloquei o título numa lauda à parte e entreguei ao Novaes, que editava no plantão.

Trabalho terminado, fui para casa. Era aniversário da Rosana (1º de junho de 1980), o primeiro aniversário dela na nossa vida de casados (casáramos em 2 de fevereiro). Desejava chegar o mais rápido possível.

No outro dia, logo cedo corri à banca mais próxima para ver o resultado do meu trabalho. Porém, qual não foi a surpresa quando vi que haviam invertido as laudas? O texto começou pela metade, o lead ficou no meio, e só algum doido para entender.

Claro que não fui o culpado, mas se dependesse dessa publicação, o grande Dalmo Pessoa jamais me contrataria.

Sem dúvida, ele era um Mestre!

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