Joaquim Alessi
Lançada na manhã desta segunda-feira (26.06), na Assembleia Legislativa de São Paulo, pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira Ferreira (PT), a Frente Parlamentar em Apoio à Indústria Química e Farmacêutica pode ser definida como mais que ampla.
Reúne, em primeiro lugar, o Legislativo, na figura dos parlamentares, a exemplo de Rômulo Fernandes (PT) e Teonílio Barba (PT), entre outros; o Executivo, com a presença da secretária-executiva de Desenvolvimento Econômico do Estado, Juliana Cardoso, que teve uma brilhantes intervenção; a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), por seu presidente-executivo, André Passos Cordeira; a Fiesp, com o diretor titular do Departamento de Desenvolvimento Sustentável, Nelson Pereira; inúmeros representantes do empresariado, dos trabalhadores, como a CUT e a Força Sindica; Agência de Desenvolvimento Econômico do ABCD; Prefeitura de Santo André, na figura do secretário de Desenvolvimento Econômico, Evandro Banzato; representantes de empresas importantíssimas, como a Braskem, que enviou o seu vice-presidente de Finanças, Suprimentos e Relações Institucionais, Pedro Freitas; Cofip ABC, com Francisco Ruiz, e, enfim, todos, absolutamente todos os atores desse setor vital para a humanidade.
Falta regulação
André Passos falou da importância da relação capital e trabalho e na construção de uma pauta comum para o setor.com vistas à regulação.
“Nós vivemos, infelizmente, neste momento, um dos piores momentos de indústria química brasileira do ponto de vista econômico. Tivemos um registro no primeiro quadrimestre deste ano do menor nível de produção e vendas da indústria química dos últimos 17 anos, no nosso País. Houve uma queda de 13% das nossas produções, de mais de 8% nas nossas vendas, no mercado brasileiro. E isso se deve às importações vindas especialmente dos Estados Unidos e da China. Nada contra os nossos amigos americanos, norte-americanos, chineses, que também têm sua contribuição para o desenvolvimento industrial no mundo; agora, nós temos condição de dizer, sim, que a nossa indústria fez uma parte do dever de casa que essa outra indústria ainda não fez”, disse, por exemplo.
Indústria mais forte
A Frente será coordenada, portanto, pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira Ferreira (PT).
Na visão dele, políticas protetivas para a indústria química terão efeito cascata nos demais segmentos.
“A química é a mãe das indústrias. Não se planta nada ou se produz uma roupa e nem se monta um carro sem ela. Desconheço país desenvolvido sem indústria química forte”, comparou Ferreira.
Luiz Fernando ressaltou, ainda, que a finalidade da Frente “é discutir políticas que defendam essa importante indústria, estimulem outros empresários a virem para São Paulo e não deixem os que estão irem embora.”
Governo Federal e Estadual
Por meio de vídeo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o Governo Federal trabalha para remover gargalos e ampliar a competitividade brasileira.
“Estamos promovendo uma neoindustrialização amparada pelos eixos da sustentabilidade, da desburocratização, da inovação, da descarbonização e do forte impulso ao comércio exterior”, afirmou.
Diante do cenário adverso para a indústria química, a secretaria-executiva de Desenvolvimento Econômico do Estado, Juliana Cardoso, salientou que a gestão estadual está comprometida com a reindustrialização.
“Realmente perdemos muito em relação à indústria de transformação, mas estamos tentando criar as melhores condições possíveis para que os empresários sintam a confiança necessária para investir no nosso Estado”, frisou.
Geradora de riqueza
Membro da Frente, o deputado Rômulo Fernandes (PT) lembrou que os ramos químico e farmacêutico no Estado geram 13% de toda a riqueza paulista.
Outro deputado petista, Teonílio Barba, recordou que até 1995, a indústria de transformação respondia por 60% do ICMS, uma das principais fontes de arrecadação estadual.
Participação
No lançamento da Frente na Alesp também houve, em conclusão, depoimentos de Nelson Pereira dos Reis (FIESP), Paulo Engler (Instituto Nacional de Desenvolvimento da Química – IDQ) e Aroaldo Oliveira da Silva (Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC); além da participação do deputado federal Afonso Motta (PDT/RS) que preside a Frente Parlamentar da Química na Câmara dos Deputados.