Joaquim Alessi
Reportagem que mancheteia a página 9 do Estadão deste domingo (25.06) leva a reflexões importantes sobre a eleição de 2024 em São Bernardo.
Muito bem apurada e redigida pela repórter Adriana Ferraz, a matéria jornalística traz um raio-X da política municipal.
E, além disso, a conclusão com a entrevista do professor e cientista político Diego Sanches Corrêa, da Federal do ABC, permite o título desta análise.
Poder-se-ia dizer que a conclusão é obvia, pelo fato de, em primeiro lugar, o prefeito estar muito mais próximo da população do que líderes nacionais.
Mas, não é só isso. Embora a reportagem não fale, a verdade é que a Gestão Orlando Morando já teve larga aprovação, manifestada na sua reeleição, em primeiro turno, com 67,28% dos votos, em 2020.
Embora seja necessário colocar outra questão: Qual será a avaliação do Governo Morando daqui a pouco mais de um ano, quando a disputa eleitoral estiver bombando?
É, acima de tudo, a pergunta que não quer calar.
Hoje ele comanda um governo aprovadíssimo por grande parte da população, mas sabe que ninguém pode dormir nos louros da vitória.
Candidatos escalados
Pelo que se observa – e a reportagem retrata isso -, os jogadores estão praticamente escalados para a disputa.
Pelo time petista, que tenta retomar o comando do Paço oito anos depois, tudo aponta para a candidatura do deputado estadual Luiz Fernando Teixeira.
Até o ex-prefeito e atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já afirmou que o candidato será mesmo Luiz Fernando.
O problema é que em política tudo é definitivo até que surja um porém. E, como ensinou Plínio Marcos, “sempre tem um porém”.
Da mesma forma, nunca se descarta uma possível candidatura do deputado federal Alex Manente, da Federação Cidadania-PSDB.
Ele mesmo diz que só vai decidir seu futuro no futuro, ou seja, em 2024. E coloca uma interrogação na cabeça de muita gente.
Para completar, tem o deputado federal e ex-vice-prefeito de Morando, Marcelo Lima (PSB).
Filiado ao “Partido Socialista Brasileiro”, que de socialista mesmo só tem o nome, Marcelo promete até colocar Lula e seu vice Alckmin em palanques opostos.
Aliás, o título da reportagem do Estado, muito bem sacado.
Só há um equívoco de adjetivação quando coloca Marcelo Lima como de “centro-esquerda”. Nem em um campo de futebol de várzea – que ele adora – o deputado ocuparia tal posição.
De resto, claro que é muito cedo para se cravar qualquer palpite nesse jogo intricado que é a política.
O panorama está se desenhando, mas muito vai acontecer até outubro de 2024.