Parlamentar visitou o Ambulatório DiaTrans e foi recebida pelo prefeito e a vice-prefeita / Fotos: Igor Andrade Cotrim
A Deputada Federal Erika Hilton, primeira travesti eleita à Câmara, esteve nesta sexta-feira (2.06) em Diadema.
Foi conhecer, em primeiro lugar, as políticas públicas municipais direcionadas à população LGBT+, especialmente o Ambulatório DiaTrans, no Quarteirão da Saúde.
Lá, a deputada foi recebida, acima de tudo, por toda a equipe do ambulatório, por usuários do serviço e pela vice-prefeita, Patty Ferreira.
“Eu sei o que é buscar atendimento e não ser acolhida, eu sinto isso na pele,” confidenciou, em resumo, a deputada.
“Ainda mais na área da Saúde, onde a pessoa já chega vulnerável, ela precisa ser bem acolhida”, assinalou, da mesma forma.
Intenção
“O ambulatório vem exatamente com essa intenção, de abraçar a população de trans e travestis,” explicou, em resumo, o coordenador de Políticas Públicas de Cidadania e Diversidades (CPOCD), Robson de Carvalho.
“Quisemos que você fizesse essa primeira parada aqui para mostrar o que Diadema está fazendo, o que essa equipe está fazendo, é uma representatividade muito forte da união entre governo e sociedade civil para trazer políticas públicas a toda a população, sem nenhum tipo de distinção,” afirmou, da mesma forma, a vice-prefeita.
Interação
Erika se interessou muito, além disso, em conversar e, principalmente, ouvir os funcionários e usuários trans.
Dandara Santos, que já atuava na Saúde como técnica em prevenção, está agora, por exemplo, no ambulatório como agente vinculadora.
Em suas próprias palavras, ela é a referência ali para outras meninas e meninos trans: “Meu papel é acolher,” contou.
“Também ajudo a fazer a ponte com outros serviços e sou a primeira a ser acionada para resolver algum problema”, afirmou, da mesma forma.
Dandara lembra, além disso, que já atua na área há muitos anos e passou por outras gestões, sempre lutando para o ambulatório acontecer, sem sucesso.
“Essa gestão atual fez toda a diferença. Sem o olhar humanizado do Filippi, da Patty, não teria sido possível avançar o tanto que avançamos nesses últimos anos”, afirmou.
Um dos usuários presentes, Kaíque Bernardo, 22, fez questão de falar para Erika Hilton como é a relação dele com o ambulatório.
“Quando a gente começa a se entender trans, é uma solidão muito grande, a gente se vê perguntando ‘E agora, pra onde é que eu vou?’. Eu vim para o ambulatório, gostei e não saí mais. Mesmo quando não tenho consulta eu venho aqui, fico conversando com as meninas. Aqui eu me sinto em casa”, destacou.
“Essa é a melhor prova de que é um bom serviço,” resumiu, além disso, a deputada.
“É difícil conseguir pensar, dentro das estruturas de poder, em espaços como este. Mas Diadema mostra que é possível”, prosseguiu.
Com Filippi
De lá, Erika e Patty dirigiram-se ao Paço Municipal, onde se encontraram com o prefeito José de Filippi Jr.
“Nas minhas andanças eu já conversei com pessoas que chegavam pra mim dizendo, “Prefeito, eu nasci com corpo de homem, mas eu não sou homem. Eu sou uma mulher. O que eu faço?’ e eu dizia ‘Quem somos nós pra dizer que você tem que fazer? Você é que tem que nos dizer o que a Prefeitura pode fazer por você.’ E foi assim, ouvindo a população, que fomos desenvolvendo essas políticas e crescendo junto,” afirmou o prefeito.
“É isso,” concordou Erika. “A Diversidade agrega. Parabéns à Diadema e sigamos!”
Ao final do encontro, o coordenador Robson de Carvalho entregou à deputada um relatório das políticas de cidadania e diversidades dos últimos dois anos e pediu ajuda federal para a criação de um Centro de Referência LGBT+ na cidade.