Leio e releio análises sobre as mais recentes pesquisas
Poder 360, DataFolha…
Todas convergem para explicações óbvias sobre a melhora nos índices de Bolsonaro.
Incrédulos, analistas torcedores patinham no lugar comum
Patinham mesmo, como patos na lagoa
Não patinam, como escrevem os desatentos
Se patinassem, deslizariam suaves e felizes sobre o iceberg que naufraga o titanic brazuca
Os 600 auxílios, explicam analistas, justificam mais apoio dos que têm menos
O novo comportamento, menos agressivo, agrega os mais abastados
Tudo corrobora para a obviedade das conclusões, que escondem a parte cruel de realidade
A pesquisa como ela é, diria Nelson Rodrigues, está mais para a poesia de Pelé.
“O povo não sabe votar”, proclamou o Rei da Bola na retomada da “democracia”.
E entrou para o time de Pessoa na classificação do “filósofo” Romário.
“Pelé calado é um poeta”.
Toda essa divagação para dizer, caro leitor, que o alvo é o eleitor
Enquanto o editor que edita o editorial de O Globo apela ao cúmulo de bradar que “nenhuma pesquia equivale à realidade” (qualquer Bolsonarista que não sabe ler poderia perguntar: mas só agora?), e vários de seus analistas redundam com o mantra, o real continua escondido
Mas pinga no bolso dos miseráveis e faz uivar o lobo-guará especulador.
Esse é o universo dos pesquisados.
James Carville já ensinou em 1992 que “é a economia, estúpido”.
No caso Brasil, podemos concluir: “É o Bolso, idiota!”
Ou, certamente, é o Bolso idiota, idolatrado na era da ignorância”.