Joaquim Alessi
Neste dia de sepultamento do corpo do Rei Pelé (03.01.2023), mais uma lembrança de um caso com a participação dele.
Corria o ano de 2003 (20 anos já se passaram, poxa vida!), mais precisamente em 3 de abril, e eu estava editor-executivo da Rádio Bandeirantes.
Às 18h30 entrava no ar o “Na Geral”, programa de humor e informação com Lélio Teixeira, Zé Paulo da Glória e Beto Hora.
Beto, grande imitador, falava com a voz de Pelé, em mais uma daquelas brincadeiras sadias e maravilhosas.
De repente, o então novato produtor Estevam Ciccone vem até mim, meio assustado, e diz: “Joaquim, tem um cara no telefone e diz que é o Pelé, muito bravo!”
- “Mas, o que ele fala?”, questionei.
- “Ele tá dizendo que colocamos uma declaração dele no ar, e que ele nunca falou isso!”
Como eu estava na Redação, mas atento a tudo o que se passava e era dito no estúdio principal, sabia que era o Beto Hora imitando o Rei.
Disse ao Ciccone: “Passa o telefone ao Sormani (Fábio Sormani, então comentarista, santista fanático e conhecedor profundo de Pelé, com quem já conversara muito)”.
Era mesmo o Rei
Com certeza, Sormani saberia se era mesmo o Pelé, ou outro imitador, já que imitar o Rei (pelo menos na voz) não era tão anormal, portanto.
Sormani, atendeu, olhou pra mim, tapou o bocal do telefone, e confirmou: “É o Rei mesmo, e está bravo”.
Além disso, explicou: “Ele disse que está descendo a serra, e ouviu uma declaração dele que não é verdadeira”.
Imediatamente, orientei: “Põe ele na linha para falar com os três patetas (como chamávamos o trio do Na Geral).
Pelé falou, brincou, mas a todo momento pedia a correção, que fosse esclarecido não ser dele aquela declaração.
Depois de tudo, a gravação com Pelé acabou sendo transformada em chamada para o “Na Geral”.
E deixa claro que Sua Majestade, com lugar de honra nos melhores camarotes do mundo, cativa os corações, em conclusão, com sua preferência em ficar na geral.
Ouçam esse momento histórico do Rádio: