Agência FAPESP – A FAPESP celebrou seus 60 anos nesta segunda-feira (30/05) com um concerto na Sala São Paulo que reuniu, pela primeira vez, a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (OSUSP), o Coro Contemporâneo de Campinas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Coral Paulistano do Theatro Municipal de São Paulo e o Grupo de Percussão do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com regência de Luiz de Godoy.
A primeira parte do concerto homenageou os mais de 660 mil brasileiros mortos na pandemia de COVID-19, com a apresentação do Réquiem, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), e Lux Aeterna, última parte do Réquiem em ré menor, que o Padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) compôs para as exéquias de D. Maria I.
“Hoje é uma noite festiva, mas não podemos esquecer que uma grande tragédia se abateu sobre nós, sobre o mundo, sobre o Brasil e sobre São Paulo recentemente. Foram mais de 650 mil mortos. Foram 650 mil brasileiros que a ciência não conseguiu salvar. É a tragédia amplificada pelo obscurantismo. Nós não nos esqueceremos. Eram pais, mães, irmãos, trabalhadoras, trabalhadores, médicos, engenheiros, professores e professoras universitários, cientistas artistas, cantores… Nós não nos esqueceremos e por isso começamos nosso concerto com este tom sóbrio, severo dos Réquiens”, afirmou o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, antes de pedir ao público um minuto de silêncio.
Na segunda parte, o concerto saudou a vitória da ciência na luta contra o vírus e a retomada da vida social e econômica com Concerto para violão e orquestra, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959); Dança brasileira e Dança selvagem, de Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993); Passarim, de Antônio Carlos Jobim (1927-1994) e Aquarela do Brasil, de Ary Barroso (1903-1964).
O concerto será exibido na íntegra no programa Clássicos, da TV Cultura, que irá ao ar no sábado (04/06), às 22 horas.
Vínculos com universidades e as instituições públicas
Todos os participantes do concerto comemorativo dos 60 anos da FAPESP têm fortes vínculos com as universidades e as instituições públicas paulistas.
O regente, Luiz de Godoy, bacharel em piano pela USP, formou-se em regência coral e orquestral na Academia de Viena. Luiz de Godoy é maestro interino do coro sinfônico da Konzerthaus de Viena, regente da Academia Coral da Ópera Estatal de Viena, mestre de capela dos Meninos Cantores de Viena. Já esteve à frente de orquestras sinfônicas na Alemanha, Áustria, Chile, Polônia e Singapura.
A violonista Gabriele Leite, que se apresentou na segunda parte do concerto, formou-se em música pelo Instituto de Artes da Unesp, antes de seguir para um mestrado em violão clássico na Manhattan School of Music com bolsa da Fundação Augustine Guitar. Ela é cofundadora da Brazilian Classical Guitar Community, plataforma para publicação e veiculação de gravações de compositores brasileiros, entre eles, Villa-Lobos, e é bolsista internacional da Cultura Artística.
A mezzo-soprano Laiana Oliveira é mestre e doutora em composição musical pela Unicamp. Foi uma das vencedoras do 15º Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas, atuou junto ao Coral Paulistano Mário de Andrade e foi solista nas montagens das óperas A flauta mágica, de Mozart, O cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss, e da Missa, de Leonard Bernstein.
O tenor Marcus Loureiro foi aluno de regência na Unesp. Integrou o Coral Jovem do Estado de São Paulo e o Coro Acadêmico da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp) e hoje participa do Coral Paulistano do Theatro Municipal, tendo já atuado como solista em obras como o Réquiem, de Mozart, A missa de Santa Cecília, de Charles Gounod, entre outros.
O baixo Luis Felipe de Sousa é graduado em canto e arte lírica pelo Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Música do Instituto de Artes da Unicamp. Foi bolsista da USP Filarmônica e integrou o Ensemble Mentemanuque e a Oficina Experimental. Participa da Companhia Minaz, de Ribeirão Preto, com a qual estreou como solista de ópera em 2016.
Érika Muniz, soprano, integra o Coro da Osesp desde 2008. Como solista, cantou as óperas Dido e Eneas, de Purcell, L´Italiana in Londra, de Cimarosa, e Porgy and Bess, de Gershwin.
A Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, foi criada há 47 anos. Realizou diversas turnês internacionais e nacionais, lançou oito álbuns, organizou concursos de composição, participou de montagens de óperas e se apresentou com alguns dos mais celebrados regentes e solistas do Brasil e do mundo.
O Coral Paulistano, formado em 1936 por Mário de Andrade, foi um dos desdobramentos do movimento modernista e da Semana de Arte Moderna de 1922. Tem como regente titular Maíra Ferreira, bacharel em regência e em piano pela Unicamp, com mestrado em regência pela Universidade Butler, em Indianópolis, nos Estados Unidos.
O Coro Contemporâneo de Campinas é o resultado de iniciativa do maestro Angelo José Fernandes, docente do Departamento de Música, com alunos de canto, instrumento, regência e composição dos cursos de música do Instituto de Artes da Unicamp. Fernandes também dirige o Ópera Estúdio Unicamp.
O Grupo de Percussão do Instituto de Artes (Piap) da Unesp, criado em 1978, é formado por alunos do Curso de Bacharelado em Percussão da Unesp.