“Esse é um momento de união e de salvar vidas. Deixar de lado tantos projetos muitas vezes pessoais, políticos ou de conjunturas neste momento somos chamados como a própria Campanha da Fraternidade deste ano sinalizou: ver, ter compaixão e cuidar da vida, que é o dom valioso que o Senhor nos dá.”
Com essas palavras, o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini refletiu sobre a prioridade diante do cenário pandêmico no mundo, durante a manhã do 2º Domingo da Páscoa (19/04), na celebração da Festa da Divina Misericórdia transmitida pela internet, diretamente de sua residência episcopal.
“A grande intenção da Santa Missa é sempre Jesus que nos salva, a salvação da humanidade. Essa salvação que têm vários rostos, várias faces, inclusive, a saúde de todos aqueles questão enfermos. Rezemos pelo fim da pandemia para que todos superem essa situação, na esperança e na fé”, conclama Dom Pedro, ao meditar Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,19-31.
“A pessoa que tem fé é provada. Ela sofre, mas de forma diferente. A fé de Tomé estava soterrada pela amargura da perda. Mas ao ver as chagas de Jesus, que simbolizam o amor que Ele teve pela humanidade, Tomé supera essa falta de fé e exclama: “Meu Senhor e meu Deus!””, elucida o bispo, ao citar o legado de Cristo para a humanidade. “Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
Menção à solidariedade
O bispo diocesano agradeceu ao povo do Grande ABC pelas iniciativas solidárias e que gestos de caridade são essenciais para ajudar as pessoas, principalmente aquelas desempregadas e em situação de vulnerabilidade social, neste período de isolamento social.
“Apesar do tempo diferente e difícil que vivemos, procuramos não nos esquecer da fé e da esperança. Com essa pandemia, com essa quarentena, muitos estão com dificuldades para trabalhar, desemprego aumentando. É doloroso para todos nós. Por outro lado, presenciamos atos de generosidade do povo do Grande ABC, que já experimentou a solidariedade e sabe exercê-la”, comenta.
Carta Pastoral
Dom Pedro também recordou a Carta Pastoral “Fé e Coragem” divulgada no sábado (11/04) e endereçada ao povo cristão das sete cidades do ABC, em que enfatiza, sobretudo, a preocupação com o atual momento que o mundo atravessa em meio ao risco de enorme contágio do coronavírus nas periferias e comunidades, da crescente desigualdade e da crise que já era manifestada anteriormente não apenas no aspecto econômico, mas também na vida social e política.
“Que esses dias sejam de reflexão. Não vamos prestar atenção somente nas coisas negativas, nos dramas, nas dificuldades, que são reais e apelam a nossa fraternidade cristã. Mas vamos ver também aquilo que é positivo. Aquilo que Deus está nos dizendo, aquilo que podemos presenciar de útil e proveito que podemos tirar de tudo isso”, destaca.
Diante da gravidade da situação, Dom Pedro pregou responsabilidade na continuidade do isolamento social, ficando em casa e evitando aglomerações, e chamou a atenção para o protagonismo da Igreja Católica na sociedade, em mais uma vez apontar os caminhos da esperança, expressando uma fé por meio de atitudes de caridade, na defesa dos mais pobres e vulneráveis.
A carta ainda indica que esse momento adverso deve trazer ensinamentos para a humanidade valorizar a vida em primeiro lugar e um mundo novo, não dominado pelo lucro e pelos interesses econômicos, mas pela busca do
bem comum, praticando a fraternidade e o amor cristão.
Ano Vocacional
Antes da benção final para todos e todas, Dom Pedro mais uma vez recordou a importância do Ano Vocacional Diocesano, uma iniciativa inédita na Diocese com o objetivo de incentivar novas vocações a acolherem o chamado de Deus, ao citar os batizados que se desdobram em tantos carismas dentro da Igreja, como na vida matrimonial, na vida presbiteral, na vida consagrada de religiosos e religiosas, diáconos e demais ministérios.
“Que o Senhor desperte no coração de todos, o desejo, a partir da fé no Cristo Ressuscitado, viver o sacramento, o mandamento do amor de Deus, que é tão difícil para nós atualmente, principalmente nestes momentos em que a tendência é o fechamento, o egoísmo, Mas temos que, com a força do Espírito Santo e com a graça de Deus, vencer tudo isso”, sintetiza.