Quando se leva em conta todos os setores da economia, valor injetado pelo 13º salário na região, segundo estimativa da subseção do Dieese, é de R$ 3,6 bilhões
Os pagamentos do 13º salário dos trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vão injetar R$ 427,2 milhões em recursos na economia da região, neste ano.
Os cálculos foram realizados pela Subseção do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e reuniram dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Novo CAGED) e da Previdência Social, todos originários do Ministério da Economia.
Composta por 69.033 pessoas, com vínculo nas indústrias de São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e rendimento médio mensal de R$ 6.189, a base continua exercendo forte influência na economia regional, uma vez que representa 5,4% do total de pessoas que deverão receber o benefício de final de ano, mas participa com 12% dos recursos totais a serem pagos em 2021.
Quando comparados aos trabalhadores formais da região, constata-se que os metalúrgicos detêm 9 % dos empregos, mas respondem por 16,9% do montante pago aos trabalhadores com carteira de trabalho assinada.
O estudo não leva em conta os assalariados sem registro em carteira, os autônomos ou trabalhadores que possuem outras formas de inserção no mercado de trabalho que, eventualmente, recebam algum recurso a título de abono de final de ano.
Impacto total
A subseção do Dieese também estimou o valor total em recursos que deverá ser pago a título de 13º salário no ABCD pelos diversos setores da economia.
Foi estimado um montante de R$ 3,6 bilhões, sendo R$ 2,5 bilhões pagos aos trabalhadores com carteira assinada e R$ 1,1 bilhão aos aposentados e pensionistas da Previdência Social.
Cerca de 1,275 milhão de pessoas recebem o benefício, sendo 769,9 mil trabalhadores com carteira assinada e 504,6 mil beneficiários da Previdência Social.
Do total de recursos, 70,2% originam-se do rendimento dos trabalhadores do mercado de trabalho com carteira assinada (com as maiores proporções pagas pelo setor de serviços, indústria de transformação e comércio) e 29,8% dos aposentados e pensionistas da Previdência Social.
Participação regional
Com relação aos municípios, as cidades de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e Diadema participam com 88,0% dos recursos a ser pagos aos trabalhadores formais, aposentados e pensionistas.
No outro extremo, as cidades de Ribeirão Pires (42,4%), Rio Grande da Serra (41,4%) e Mauá (37,0%) são aquelas em que a parcela dos benefícios do INSS tem os maiores pesos relativos no total de 13º salários pagos naquele município, onde os valores previdenciários equivalem a mais de um terço do montante.
O ABCD participa com cerca de 1,6% de todo 13º Salário pago no País, estimado em R$ 232,6 bilhões para 2021, de acordo com os cálculos do DIEESE.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, chama a atenção para a importância dos recursos relativos ao 13º salário para a economia regional.
“São valores que movimentam o comércio, quitam dívidas, são fundamentais para a região. O 13º é um direito do trabalhador desde 1962, resultante da efervescente luta dos sindicatos por esse benefício, e está presente em vários países. Desde que foi instituído se observa uma tentativa incessante para que seja extinto, o que não pode acontecer. É um direito que precisa ser respeitado e preservado”, reforça, em conclusão, o dirigente.