Feito histórico, porque inédito, para o Tênis de Mesa do Brasil em Jogos Olímpicos
O jogaço aconteceu, em primeiro lugar, nesta terça-feira (27.07), véspera do aniversário de 144 anos de São Caetano.
A cidade, portanto, ganhou um baita presente de seus atletas que estão em Tóquio.
Hugo Calderano derrotou Jang Woojin, da Coreia do Sul, e garantiu a melhor campanha de um brasileiro na história dos Jogos.
Além disso, o Brasil quase colocou dois atletas na fase, porém, mais cedo, Gustavo Tsuboi foi eliminado por Yun Ju Lin, de Taipei, 6º no ranking muncial.
Mas, a participação de Tsuboi na Olimpiada deve ser destacada, pois ele também teve conquista inédita ao chegar às oitavas.
Jogo duro: 4×3
Na partida que colocou o Brasil nas quartar, o sul-coreano fez jogo duro e a partida foi decidida no último set.
Hugo Calderano venceu por 4 a 3, com parciais de 11/7, 9/11, 6/11, 11/9, 4/11, 11/5 e 11/6.
Na fase anterior, já na madrugada desta terça, Calderano vencera o esloveno Boja Tokic por 4 a 1.
Velho conhecido
O jogo que decide quem vai disputar pódio nos Jogos é contra um velho conhecido. Dimitrij Ovtcharov, um dos grandes ídolos do tênis de mesa alemão, seu companheiro de clube a partir da próxima temporada europeia, no Orenburg, da Rússia.
A partida será disputada, portanto, nesta quarta-feira (28.07), dia do aniversário de São Caetano, às 9h (de Brasília).
“É uma sensação incrível, foi um jogo sensacional. Todo jogo de 4 a 3 tem muitos jogos dentro dele mesmo, cinco ou seis táticas diferentes para ganhar no final. Estou muito orgulhoso de ter mantido o foco mental até o final e ter conseguido a vitória”, disse o brasileiro, resumindo o que foi o duelo.
A partida começou equilibrada. Calderano tinha dificuldades na recepção, embora sacasse com eficiência. Da metade para o final, passou a virar mais bolas e conquistou a vantagem em sets. Na segunda parcial, um jogo ainda mais equilibrado, com Woojin variando bastante os golpes e o brasileiro não tendo o mesmo desempenho nos serviços. Assim, o sul-coreano conseguiu o empate.
No terceiro set, Calderano seguiu com dificuldades, principalmente nas bolas longas. Desta forma, o sul-coreano conseguiu virar o placar em sets. O brasileiro reagiu na quarta parcial, tentando encurtar mais o jogo. Escolhendo melhor o momento de definir os pontos, conseguiu a vitória que empatou o confronto.
Pior momento
O pior momento de Calderano foi o quinto set. Saiu atrás, não conseguiu fazer seu melhor jogo e teve todas as tentativas de variação neutralizadas. Em desvantagem e precisando vencer para forçar o set desempate, o brasileiro foi preciso na sexta parcial e respondeu à altura. Novo empate no placar e a decisão adiada para o sétimo set.
E esta decisão foi disputada ponto a ponto. Quem errasse mais, poderia desperdiçar a chance. Woojin errava mais. Calderano conseguia encaixar seus golpes, abriu quatro pontos e o técnico da Coreia do Sul pediu tempo. Funcionou, com três pontos seguidos e jogo novamente aberto.
Desta vez, foi a vez de Jean-René Mounié pedir tempo, para o ajuste que definiria a classificação para a próxima fase. O brasileiro voltou pleno para a mesa e conseguiu fazer história mais uma vez.
Emoção e orgulho
Durante a entrevista na zona mista, Calderano se emocionou, acima de tudo, ao ser perguntado sobre o resultado histórico para o tênis de mesa do Brasil. “Senti a emoção de todo mundo na hora em que todos vieram me abraçar”, disse, antes de parar para respirar, com olhos marejados.
O brasileiro também falou, além disso, sobre o duríssimo duelo desta terça. “Durante o jogo, precisamos mudar a tática o tempo inteiro. É um jogador Top também, ele consegue se adaptar. O Jean-René me ajudou muito também e foi uma chave para esta vitória”, analisou Calderano. Por sua vez, o técnico tinha um largo sorriso no rosto após o triunfo. “Estou satisfeito com o desempenho do Hugo. Foi uma briga intensa, mas o caminho ainda é longo”, alertou, em resumo.
Para buscar a semifinal e estar no grupo de atletas que brigará pelas três medalhas olímpicas, Calderano precisará vencer Dimitrij Ovtcharov. Apesar de já terem se encontrado muitas vezes, o brasileiro nunca levou a melhor. Mas, para tudo existe uma primeira vez.
“O Ovtcharov foi medalha de bronze em Londres, está há muitos anos entre os melhores, já foi número 1 do mundo e tem muita experiência”, elogiou, da mesma forma, Calderano.